Muitas pessoas sabem que me preocupo com a boa alimentação e, por conta disso, recebo toneladas de e-mails e mensagens no Facebook e Twitter com dúvidas sobre a minha dieta. As perguntas vêm das pessoas mais variadas, do praticante, dos atletas e até de super astros da arte suave.
Minha abordagem às perguntas é a mesma, por exemplo, de quando um dos meus alunos de Jiu-Jitsu pede para eu mostrar uma posição mágica para não ser raspado enquanto passa a guarda: “Vamos trabalhar a sua postura”.
Eu poderia entrar em detalhes e mostrar diversas técnicas para ele abrir e passar a guarda, mas postura é o principal, indiscutivelmente. Da mesma forma, também poderia listar todos os alimentos que como diariamente. O problema é que isso muda muito. O que não varia são os fundamentos. Por isso eu elaborei meus princípios na lista abaixo. Espero que ajude.
1. Planta, não proteína
As pessoas me perguntam direto: “De onde você pega a sua proteína?”; e eu sempre respondo: “Para que você quer proteína?”. Sério, proteína é totalmente superestimada. Seu corpo pode absorver proteína até das células mortas. Além disso, grãos integrais, nozes, algas, sementes e até certas frutas têm proteína. Se eu tivesse que escolher apenas uma das muitas lições que o Grande Mestre Carlos Gracie deixou, seria a abordagem baseada em frutas às refeições. Proteína após ingerida é super ácida, e o que o seu corpo não absorve, dá um trabalho enorme para expelir. Meu lema é “melancia em vez de peru”.
2. Alimentos completos, e não suplementos ou comidas refinadas
O homem adora tentar ser mais esperto que a natureza, descobrindo o que é bom numa erva ou comida, extraindo só este componente e concentrando-o numa cápsula. De acordo com o pesquisador Colin Campbell, autor do livro “O estudo Chinês”, e de muitos outros cientistas, nem vitamina C em forma de suplemento é comprovadamente efetiva. O que é provado é que grupos de pessoas que tem uma dieta com alimentos ricos em vitamina C tem maior resistência a certas doenças. Coma a cenoura, não o suplemento de betacaroteno. Este mesmo princípio vale para explicar por que açúcar refinado é pior que cana de açúcar, e sal marinho é muito mais saudável que sal de cozinha refinado.
3. Superalimento
Superalimentos são apenas alimentos mais densos em nutrientes–principalmente antioxidantes–que os seus pares. Vamos comparar couve com alface. De acordo com o índice ANDI to supermercado Whole Foods, a couve leva nota 1000, enquanto a alface marca 389. Se você tiver que escolher só um deles, qual você escolheria? Este é o mesmo princípio do Jiu-Jitsu, você sempre procura o mínimo esforço para a máxima eficiência. Outros alimentos superdensos: açaí, espirulina, brócolis, castanha do Pará, sementes hemp, maca peruana, romã, cogumelos em geral, e muitos outros.
4. Orgânico
Vamos usar a lógica: você não quer ingerir pesticida, quer? Acredito até que o corpo estando saudável tira o veneno de letra, mas meu objetivo quando me alimento é sempre tentar dar o menor trabalho possível para o meu corpo fazer a digestão, e não fazer com que ele fique apagando incêndios. Por isso eu como alimentos orgânicos sempre que possível. É mais caro? Infelizmente sim. Mas conta de hospital é mais caro ainda, especialmente em tratamentos de doenças crônicas. Você não quer economizar em algo tão importante quanto a sua saúde.
5. Não fique com fome
Esta é a dica mais pessoal da lista. Meus amigos pensam que eu tenho uma força de vontade de aço. Meu segredo para você, hoje, é que não tenho. Só sou malandro o suficiente para evitar as tentações. E percebi que quanto mais eu fico com fome, mais eu vou ficar com uma vontade louca de comer algo não tão saudável, e que seja conveniente. Em outras palavras, três bananas vão satisfazer somente se eu comê-las antes de ficar morrendo de fome.
Você tem algum outro pilar para sugerir? Por favor use a seção democrática de comentários abaixo. Faça o mesmo se você tiver uma “bala de prata” para não ser raspado no Jiu-Jitsu.
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