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O Leão e o Dragão: A análise de Vitor Belfort x Lyoto Machida no UFC 224, no Rio

Belfort e Machida na encarada pré-UFC 224. Foto: Carlos Arthur Jr.

O mitológico Leão Carioca e o lendário Dragão Paraense se enfrentam, no ocaso de suas trajetórias, em busca de um derradeiro momento de glória. Parece o mote de uma fábula chinesa mas estamos falando da luta coprincipal do UFC 224.

No dia 12 de maio, Vitor Belfort e Lyoto Machida finalmente medirão forças dentro do octógono. Dois dos mais emblemáticos lutadores de sua geração, responsáveis, em momentos diferentes, pela popularidade do UFC em nosso país. Tão parecidos e tão diferentes.

Como semelhanças, os dois legendários guerreiros revolucionaram o esporte: Belfort, ao ser o jovem fenômeno de Carlson Gracie que destruía adversários nos primórdios do então chamado vale-tudo; Machida, ao introduzir eficientemente conceitos e movimentações do karatê no MMA, criando um estilo de luta que levou muito tempo para ser decifrado pelos oponentes.

Ambos, ainda, foram campeões do peso meio-pesado (até 93kg), travaram batalhas duras contra Dan Henderson, foram finalizados por Jon Jones, desceram para o peso médio (até 84kg) e foram bem sucedidos – até perderem suas respectivas disputas de cinturão para Chris Weidman.

Contudo, a personalidade e a estratégia de combate do Dragão eram uma antítese das do Velho Leão.

Enquanto Vitor se tornou um porta-voz do esporte e de sua fé, disposto a aparecer constantemente na mídia e dar longas entrevistas cheias de frases de efeito (no que chegou até a integrar o elenco do reality show “Casa dos Artistas” e a ser um dos primeiros técnicos do “The Ultimate Fighter Brasil”), Lyoto sempre se mostrou calado e reservado, mesmo quando era o aclamado campeão da categoria.

Belfort tem como principal arma de seu arsenal a explosão e a potência, a habilidade de lançar sequências avassaladoras em poucos segundos. Bastava que o oponente abrisse uma brecha para que o faro de sangue do Velho Leão o levasse a dar o bote e definir a caçada. A imensa maioria de suas 26 vitórias veio por nocaute (18), boa parte nos primeiros rounds. (Foram, ainda, cinco vitórias por decisão e três por finalização no chão.)

Já os pontos fortes de Lyoto sempre foram a movimentação ágil e os contra-ataques. Machida usava a paciência de um monge para calmamente entrar e sair do raio de ação dos oponentes, forçá-los a atacar e acertá-los com golpes de encontro, fatais como a lâmina de uma katana (espada samurai). A imensa maioria de suas 23 vitórias veio nos últimos rounds.

Estilos completamente opostos que levaram os fãs a se questionarem, por muito tempo, como seria o confronto entre eles. Vitor conseguiria impor seu volume de jogo contra o paciente Lyoto? Ou o karateca paraense faria o impetuoso carioca se esgotar e o apanharia no contragolpe quando avançasse abruptamente?

O curioso é que, mesmo lutando de formas tão distintas, a idade prejudicou a ambos igualmente. Diferentemente de quem luta de maneira mais truncada, a jovialidade é essencial tanto para a técnica empregada por Belfort quanto para o estilo Machida.

Sem a mesma vitalidade, Vitor perdeu a pujança em sua blitz e não conseguia mais definir combates em poucos instantes. Com isso, se cansava rapidamente e acabava dominado pelos oponentes na sequência. Vieram três derrotas e uma vitória morna em suas últimas quatro lutas.

Sem a mesma juventude, Machida perdeu o reflexo e a velocidade para sair do alcance dos adversários e não conseguia mais encaixar contragolpes aproveitando-se de erros milimétricos. Com isso, acabava sendo atingido em plena movimentação e nocauteado. Vieram três derrotas e uma vitória morna em suas últimas quatro lutas.

Quis o destino que o tão antecipado embate entre essas duas lendas do esporte viesse a ocorrer no crepúsculo de suas carreiras. Vitor já anunciou que este será seu evento de aposentadoria do UFC. Machida, com quase 40 anos de idade, também não deve seguir lutando por muito tempo.

No UFC 224, o Leão dará seu último rugido vitorioso? Ou o Dragão fará seu derradeiro voo de triunfo? Não importa. Torcemos realmente para que esta fábula termine com o público reconhecendo e aplaudindo tudo o que esses dois mitos fizeram pelo MMA.

*Artigo retirado da revista GRACIEMAG número #224. Para conferir mais textos como este, assine já!

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