Campeã mundial com e sem kimono, primeira campeã absoluta da história dos Mundiais, campeã do ADCC e de quase todos os torneios espalhados pelo mundo. São estas as credenciais com que a casca-grossa Michelle Nicolini chega para atuar mais uma vez de kimono, no próximo dia 23 de fevereiro, em superluta do BJJ Stars.
O evento, que será realizado no clube Hebraica, em São Paulo, terá um card recheado de atletas galácticos, entre esses Nicolini e Bia Basílio. Aposentada do Jiu-Jitsu na divisão adulta mas firme e forte no MMA, Nicolini, de 37 anos, volta à ativa numa superluta com uma oponente mais jovem e com um ritmo intenso de campeonatos. Mas ela não vê o duelo no BJJ Stars como um “teste”, e sim como uma homenagem a quem vinha lhe pedindo para voltar.
Leia a entrevista exclusiva a seguir e aprenda outras lições de Michelle:
GRACIEMAG: Depois de ter se aposentado do cenário competitivo, qual a motivação de voltar a se testar no Jiu-Jitsu?
MICHELLE NICOLINI: Não é sobre me testar porque acho que já fui bem testada, tenho vários “selos” de qualidade. Nunca deixei de treinar de kimono, e ocorreu que gostei muito da proposta do BJJ Stars, um card sensacional, então será um prazer lutar num evento deste nível. A motivação real vem das muitas mensagens que recebo de pessoas queridas que pedem para eu competir de novo. Acho que o tempo sem lutar de kimono me deixou com muito mais vontade.
Aceitou o convite na hora ou precisou pensar antes de acertar com o BJJ Stars?
O Fepa me ligou, fez o convite e eu achei muito legal desde o início. Ainda não tenho data para a próxima luta de MMA no One FC, onde atuo, então por que não aceitar, né? Conversei com meus amigos e dei a reposta no dia seguinte, acho.
O que pensa da Bia Basílio como adversária?
A Bianca é bem jovem, explosiva, braba e está nas cabeças. Eu sempre acompanho o Jiu-Jitsu feminino e já observava as lutas dela. Acredito que temos estilos bem diferentes, na verdade, e isso promete deixar a luta bem interessante.
Acha que seu gás no MMA hoje é seu ponto mais forte?
Todo treino, preparação e competição são válidos para lutar. O MMA é outro esporte, bem diferente do Jiu-Jitsu, mas estão conectados. Isso me ajuda no condicionamento, me ajuda a estar com a mente mais blindada e saber que posso ir além dos meus limites, porque treinar para uma luta de MMA é de fato muito difícil.
Você ganhou seu primeiro Mundial em 2006. Qual o segredo de se manter motivada e em forma técnica até hoje?
Disciplina! Eu amo treinar e o segredo é esse. Querer aprender, buscar me manter atualizada e com o condicionamento em dia. Tenho 37 anos e vou te falar que treino mais duro que muitas novinhas!
O que virá após a superluta do BJJ Stars? ADCC? Mundial Sem Kimono?
Vou voltar o foco para o MMA, mas estes eventos de lutas casadas me interessam, desde que não interfiram em meus camps para nenhuma luta. Quem sabe mais um desse, quem sabe o ADCC na Califórnia, em setembro. O futuro só Deus sabe.