Um de nossos GMIs na Bahia, o faixa-preta de Jiu-Jitsu e preparador físico especializado em esportes de combate Rafael Ribeiro respondeu à desafiadora pergunta do GRACIEMAG.com: que providências o lutador de Jiu-Jitsu deve tomar para melhorar o gás nos treinos e nas competições?
Realizador do curso MAMP (sigla de Martial Arts Metabolic Periodization System), Rafa selecionou dez dicas valiosas para você perder aquela expressão de cansaço no rosto e a respiração esbaforida ao término dos combates.
Confira, a seguir, a dezena de conselhos e, caso você tenha interesse em participar do curso MAMP, clique aqui e se informe pela página do preparador físico no Facebook.
1. Faça um bom aquecimento no início das aulas de Jiu-Jitsu e antes de competir.
A ciência tem avançado muito no estudo desse tema, visando a melhorar o desempenho dos atletas. Hoje as pesquisas mostram que não há mais a necessidade de alongamentos estáticos antes da atividade física. Opte pelos alongamentos dinâmicos. Explore a liberação miofascial, a ativação dos glúteos, trabalhe a mobilidade das articulações. Esses dois últimos são muito importantes para a prevenção de lesões.
2. Controle a quantidade de combates que você faz por semana.
Cada fase do treinamento requer um número maior ou menor da quantidade de horas treinadas por semana. Você não pode e nem precisa fazer 10-15 “rolas” todos os dias, afinal, você não está “na guerra”; não se deve treinar sempre no seu máximo, pois assim o corpo e a mente não se recuperam e com isso você acaba se machucando e/ou rendendo menos nos treinos subsequentes.
3. Diminua a quantidade de treinos perto da competição.
Isso é o que a ciência do esporte chama de polimento. Nessa fase você precisa recuperar o seu corpo pra chegar muito bem na competição, justamente o contrário do que muita gente faz, querendo dar um “gás” no final.
4. Alinhe a preparação física ao que você faz em cima do tatame.
O seu treino de preparação física não pode ser um “concorrente” ao seu treinamento de Jiu-Jitsu, mas sim um trabalho integrado e complementar. Uma conversa entre os profissionais (o professor de Jiu-Jitsu e o preparador físico) para alinhar os objetivos em cada frente de trabalho pode ser o grande “pulo do gato” para a melhora do seu rendimento.
5. Treine objetivos específicos numa luta.
Gosto muito de colocar o atleta em posições possíveis de ocorrer num combate, dando objetivos para ele realizar naquela situação. Por exemplo: o atleta está na meia-guarda e tem 30 segundos pra fazer cinco pontos ou finalizar. Isso obriga o atleta a tomar decisões rápidas e jamais desistir de alcançar seu objetivo.
6. Treine a velocidade.
Quem treina apenas de forma lenta acaba se tornando um atleta lento, pois não estimula as fibras musculares de contração rápida. Se o adversário conseguir impor um ritmo acelerado no combate, por exemplo, é provável que o atleta lento sofra em termos de “gás”. Portanto, treine com rapidez e você se tornará mais veloz, e vai conseguir estar sempre na frente do seu adversário em termos de ritmo.
7. Simule a competição.
É importante ter no treinamento um dia em que o atleta simule as condições reais da competição, com tempos de luta, descanso, pontuações… Até a simulação de pessoas torcendo contra é um recurso válido para trabalhar os aspectos emocionais (que influem diretamente no gás do lutador).
8. Alimente-se com as quantidades corretas de comida para cada fase de treino.
O lutador de Jiu-Jitsu precisa se alimentar de acordo com as fases do treino e os objetivos do dia. Cada tipo de treinamento requer uma quantidade de nutrientes adequada. Por exemplo, as lutas exigem mais carboidratos, já os treinos de força e potência nem tanto. Então, ter um programa nutricional alinhado também ao treino é um fator decisivo.
9. Informe-se sobre os suplementos que você usa.
Não tome suplementos alimentares só porque um colega ou alguém famoso toma. Existem muitas substâncias que, além de nocivas, não funcionam ou estão nas quantidades erradas. Cada treino e cada indivíduo tem uma quantidade específica para tomar de cada suplemento, de acordo com cada objetivo de treino. Ou seja, é algo extremamente complexo, e que deve estar nas mãos de quem realmente estudou e entende do assunto.
10. Durma bem.
O sono é o principal mecanismo de recuperação do corpo e da mente. O atleta que tem boas noites de sono estará mais forte e disposto no dia seguinte para a continuação do treinamento.