Não foram poucos os leitores que nos enviaram opinião idêntica: a GRACIEMAG #216, que está nas bancas, foi uma das melhores e mais esclarecedoras edições dos últimos tempos da sua revista de Jiu-Jitsu favorita.
Da imagem da capa, produzida pelo faixa-preta da fotografia Reginaldo Almeida, à seção Antologia que fecha a publicação, com Marcelo Garcia, GRACIEMAG trouxe uma série de lições e dicas vitais para quem quer turbinar seu Jiu-Jitsu e progredir na arte suave. Mas poucos artigos receberam tantos elogios quanto a entrevista com Flavio Behring, faixa-vermelha com opiniões sólidas sobre o ensino da arte marcial que aprendeu com Helio Gracie.
Entre uma lição e outra, o pai de Marcelo e Sylvio Behring explicou por que se incomoda quando vê um faixa-marrom duríssimo receber sua faixa mais escura no pódio de um campeonato.
“Sou contra graduar lutador no pódio de campeonatos. O que ocorre é que, para mim, graduação não se dá por performance, por atuação. Eu graduo um aluno por competência, o que significa que ele acumulou um lastro, uma coleção de saberes. Ganhar uma medalha de ouro é apenas um segmento do Jiu-Jitsu. Uma medalha tem simbolismo momentâneo, pois a vitória é efêmera. Na escola, ninguém passa de ano só por saber matemática e tirar zero em todas as outras disciplinas, certo? É a mesma coisa. Um dos principais critérios para mim é saber e ensinar bem autodefesa, um pilar do Jiu-Jitsu”, explica grande mestre Behring, para em seguida completar:
“Outro aspecto fundamental é que o professor de Jiu-Jitsu precisa ter competência para ensinar. Saber história da arte, estudar. Saber nomenclatura, por exemplo. Ele não pode mostrar uma posição e dizer “aqui em pé você faz o ganchinho”. É osotogari. Percebo que hoje muito lutador sabe mostrar o que ele faz e exibir posições, ou se exibir, como vemos nos tantos vídeos pela internet. O professor não precisa ser acrobata, precisa saber ensinar. Tem de saber a origem daquela posição, qual é o objetivo do movimento. Jiu-Jitsu precisa ser visto e ensinado como a arte científica e altamente consistente que é. Não exijo que meus faixas-pretas sejam campeões, o que não aceito é que eles cometam falhas elementares ao ensinar.”
E você, amigo leitor? Como vê o ato de receber ou entregar a faixa-preta no pódio de um campeonato? Comente! Leia GRACIEMAG, comente e saiba mais.