No último fim de semana ocorreu o San Francisco Open, mais um torneio com selo de qualidade da IBJJF, na Califórnia. O destaque na faixa-preta foi o peso pesadíssimo Gustavo Dias (Gracie Humaitá) que voltou com duas medalhas douradas. A fera de Paranaguá, no Paraná, venceu sua categoria e o absoluto.
Em bate-papo com o GRACIEMAG.com, Gustavo, que treina na Gracie Humaitá San Diego, detalhou a finalização que usou na última luta, contra Caio Terra, falou sobre preparação e, com humildade, avaliou a conquista: “É um aviso de que estou no caminho certo”.
GRACIEMAG: O que acha que fez diferença no seu desempenho nesse campeonato?
GUSTAVO DIAS: Foi uma ótima preparação para o Pan, venho me dedicando muito nos treinos e estou com muita vontade de ser campeão. Acredito que é um aviso de que estou no caminho certo. Acho que a parte psicológica foi fundamental. A cabeça do lutador precisa estar sempre em direção à vitória: lógico que nem sempre você ganha, mas o importante é não desistir facilmente. No Pan vou entrar assim.
Como você analisa a final com o Caio Terra?
O Jiu-Jitsu dele é muito bom, é um jogo muito perigoso. Não é à toa que ele já venceu vários absolutos e derrotou muito cara grande. Fui com uma estratégia de não aceitar o jogo dele, mantive meus dois joelhos no chão o tempo todo e tentei a passagem de guarda esgrimando. Eu soube usar o meu peso a favor e impor meu ritmo a luta toda. Depois dessa luta, admiro o Jiu-Jitsu dele e respeito o Caio mais ainda, pois é um guerreiro e mostrou que tem coração, sempre duelando com os mais pesados. Na luta, eu já vinha procurando atacar a gola dele e ele estava defendendo muito bem, mas no fim consegui colocar um gancho e a mão entrou na gola. Aí saí girando para ajustar a pressão no pescoço e conseguir finalizar pouco antes do gongo soar.
Sua arma tem sido o estrangulamento pelas costas. Algum macete para encaixar a posição?
Rapaz, o detalhe, para mim, é jogar o meu corpo em direção ao quadril do adversário e manter meu cotovelo dobrado, escondido atrás da cabeça do oponente. Para deixar a posição afiada não tem outro jeito, só com muita repetição. Para evitar que o adversário defenda a posição, não se deite de costas no chão. Assim ele não poderá sair o quadril e botar a cabeça no chão, tirando a pressão do pescoço.
Qual foi seu pior momento no San Francisco Open?
O momento mais complicado foi quando eu tentei passar a guarda do Caio e num bote rápido ele saiu o quadril e escalou para o triângulo. Mas antes de fechar eu defendi, e ele atacou o armlock. Foi quando consegui girar e cair do lado de novo.
Que lição você tirou desse campeonato?
Acreditar em mim mesmo foi o diferencial, e nas pessoas que estavam me preparando. Graças a Deus sempre tenho pessoas maravilhosas me guiando. Estou muito feliz na Gracie Humaitá aqui em San Diego, e quero agradecer em especial ao Regis Lebre, João Faria e Royler Gracie.
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