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O que você, Pelé, Jordan e Bustamante têm em comum?

Murilo Bustamante solta os socos para garantir o cinturão do UFC. Foto: Susumu Nagao/Arquivos GRACIEMAG

Em entrevista ao vivo no Instagram @Graciemagoficial, em abril, o campeão de Jiu-Jitsu e MMA Murilo Bustamante relembrou um de seus maiores momentos na carreira: o dia em que precisou finalizar duas vezes o mesmo oponente, no UFC.

O faixa-preta de Carlson Gracie estava defendendo o seu título peso médio contra Matt Lindland em 2002, no UFC 37. No início da luta, o carioca derrubou Lindland e encaixou seu armlock favorito, mas o árbitro John McCarthy interrompeu a luta ao enxergar um aparente tapinha. Mas Lindland ainda não tinha batido, e protestou. Restou a “Big John” reiniciar a ação, e após conter seus demônios na mente, Murilo sacou outra finalização: dessa vez, uma guilhotina no terceiro round.

Ao repórter Carlos Eduardo “Cobrinha”, nosso correspondente em Portugal, Bustamante admitiu: “Quando Big John cometeu aquele erro, minha vontade foi de desistir. Por sorte, a porta do octagon estava trancada, e só por isso eu não abri e fui embora.”

A ideia de desistir está sempre batendo à nossa porta, de fato. Nossa e de muitos outros esportistas.

Michael Jeffrey Jordan, antes de ser considerado o melhor jogador da NBA, ameaçou largar o basquete. Em sua escola na Carolina do Norte, o jovem Mike soube que estava dispensado do time para o próximo ano. Era um dos mais baixos do time e não estava impressionando.

Abatido ao chegar em casa com a notícia, ouviu dos pais James e Delores Jordan o bom conselho: use as férias para melhorar suas habilidades. Michael Jordan não largou a bola naquelas férias de verão, e voltou para o time. (A história é contada no documentário “Arremesso final”, ou “The last dance” no original, que fez barulho na Netflix.)

Quem também cogitou desistir de seus sonhos e de seu destino foi um certo Edson Arantes do Nascimento. Antes de se consagrar campeão paulista, brasileiro e mundial, o Rei do Futebol sentiu o baque da derrota. Durante uma decisão entre seu Santos e o time do Jabaquara, na divisão sub-16, um imaturo Pelé chutou um pênalti por cima do travessão, e o time perdeu o caneco.

Na manhã seguinte, perto de 6h30, Pelé acordou de cara inchada, ainda transtornado, e quis deixar o clube, onde ele morava. De malas prontas, foi barrado por um funcionário, um santo chamado Sabuzinho. “Quando entendeu o que eu estava tentando fazer, Sabuzinho me deu uma importante lição de moral. Todo mundo comete erros de vez em quando, ele disse; o segredo é aprender com eles, não desistir por eles.”

Sua vida está ainda mais complicada, pela pandemia? Inspire-se em seus ídolos, ouça os Sabuzinhos que aparecerem, e não desista.

 

>>>> Artigo publicado originalmente na edição #273 de GRACIEMAG. Assine 12 edições da revista de Jiu-Jitsu mais clássica do planeta aqui, por apenas 99 reais e mais molezas e promoções!

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