Técnica catalogada com destaque na cartilha de defesa pessoal do Jiu-Jitsu, o pisão é um golpe extremamente eficiente para você controlar a distância em relação ao adversário, quando a luta se desenrola em pé. Não funciona para levar o oponente a nocaute, como um chute alto de Mirko Cro Cop, mas sim para bloquear a aproximação do inimigo e também para abrir caminho, caso o seu objetivo seja clinchar e botar para baixo.
Foi assim que Rickson Gracie abordou David Levicki em 1994, no Vale Tudo Japan Open, evento em formato GP, que serviu de embrião ao Pride. Desde aquela vitória do Gracie, mais de 20 anos se passaram, o vale-tudo virou MMA, e a popularidade do pisão foi gradativamente diminuindo em eventos como o UFC.
Claro, os adversários dos lutadores oriundos do Jiu-Jitsu evoluíram tecnicamente. Turbinaram o sprawl, refinaram a trocação, estimularam a contundência das joelhadas, virtudes que sem dúvida alguma dificultam a aplicação da solada clássica do Jiu-Jitsu. As próprias regras dos eventos passaram a confrontar o pisão, afinal, trata-se de um recurso técnico que não fomenta a trocação frenética, e sim um combate agarrado, com menos apelo em termos de audiência nas transmissões pela TV.
Apesar disso tudo, se você reparar bem, o pisão ainda vive na elite do MMA. Quase sempre de forma adaptada, mas está lá. Repare, por exemplo, nas soladas do fenômeno Jon Jones, cujas pernas compridas e a ampla envergadura favorecem o lutador a cozinhar seus adversários a uma distância segura, ao mesmo tempo em que os golpeia de forma contundente. Não importa se uma técnica está na moda ou não. Basta ser eficiente e você deve estudá-la com profundidade, compreendendo sua essência e adaptando-a ao seu estilo de jogo. Pense sobre isso. Oss!
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