1. Coordenador pedagógico da rede Team Nogueira, o doutor em educação física Jorge Felipe Columá é um ferrenho defensor da criatividade como motor de desenvolvimento das lutas. “O Jiu-Jitsu é uma atividade dinâmica com inúmeras possibilidades de combinações de movimentos e alavancas”, explica Jorge Felipe. “Quanto mais criatividade e liberdade os professores e os alunos tiverem para explorar tais possibilidades, mais o Jiu-Jitsu evolui. É preciso que o aluno entenda que seguir a orientação dos mestres não é copiá-los exatamente. É preciso buscar seus próprios caminhos.”
2. Segundo Columá, os treinos ditos recreativos são campos férteis para a criatividade. Ou seja, repetir os fundamentos para ficar no automático é crucial, mas é útil variá-los com treininhos sem pressão por resultados. Por exemplo: treinar com alunos menores, rolar sem usar uma das mãos etc.
3. Um craque sempre lembrado quando o assunto é Jiu-Jitsu e criatividade é Roberto Magalhães, o Roleta. O exímio raspador dos anos 1990, pai do “esqui-jitsu”, percebeu que havia inúmeras possibilidades de alavancar um oponente: “Eu pensei: há raspagens simples e excelentes que funcionam”, lembra Roleta, “mas por que não posso inventar outras que os oponentes nunca tenham visto? A partir daí comecei a tentar novidades, chegava até a sonhar com posições.”
4. Esteja sempre insatisfeito consigo, não importa se você se tornou o bambambã da equipe ou um campeão mundial. O lutador acomodado não busca novas soluções, e cai na estagnação sem sequer perceber.
5. Não deixe o medo de cair numa posição ruim ser obstáculo ao desenvolvimento. O praticante criativo precisa testar o máximo de combinações – e para isso é preciso descartar, tentar de novo, arriscar um ou outro aperto. Vá em frente, sem vaidade. “A hora de ousar é nos treinamentos”, incentiva o abusado Fernando Tererê.
6. Outro campeão de jogo mirabolante é Leozinho Vieira, que sempre abriu a mente para novas movimentações ao observar os alunos mais criativos que tinha quando jovem: as crianças. “Ao ver os pequenos rolando sem compromisso, eu deixava a imaginação voar, e ali percebia várias ideias para criar manobras”, Leozinho nos ensinou.
7. Para Rafael Mendes, peso-pena que popularizou muitas técnicas inovadoras como a guarda 50/50 e o berimbolo, a criatividade precisa ser uma filosofia integral, e estar presente nas habilidades, na movimentação, nas escolhas que o atleta faz longe e perto do dojô. Aliar criatividade, disciplina e uma mente de campeão, ensina Rafa, é um passo largo para ir longe no Jiu-Jitsu. “Sempre busquei estar à frente dos meus oponentes em tudo – física, técnica e mentalmente”, explica ele.
8. Lembre-se, quanto mais tempo de tatame, mais intimidade com a arte você terá. Mas ouça seu corpo – não vá treinar quando seu corpo alertar, com dores fortes e outros sinais, que é hora de descansar.
9. Procure melhorar um aspecto específico do seu jogo por treino, sempre chegando à academia com um objetivo claro na cabeça. Ao treinar assim, você será capaz de corrigir seus principais pontos fracos e analisar seus pontos fortes minuciosamente.
10. Lembre-se que o Jiu-Jitsu começou a ficar famoso com as criativas adaptações do genial grande mestre Helio Gracie, que com seu corpo franzino elevou a arte a um novo patamar. Inspire-se no professor Helio e treine com disciplina, alegria e muita criatividade para solucionar os seus problemas nos tatames.
** Artigo publicado originalmente em GRACIEMAG #249. Assine já para ler textos como este todo mês:
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