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Os 10 maiores campeões absolutos do Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu

Ronaldo Jacaré resiste ao golpe de Roger, no épico Mundial 2004. Foto: Gustavo Aragão

Jacaré resiste ao golpe de Roger, no épico Mundial de Jiu-Jitsu de 2004, no Rio. Foto: Gustavo Aragão

Torneio criado em 1996 pela Federação de Jiu-Jitsu, o Campeonato Mundial da modalidade consagrou um seleto grupo de faixas-pretas que, após muito suor derramado no kimono e nos tatames, gravaram seu nome na história ao vencer a categoria absoluto, que permite atletas de todos os pesos.

Confira os lutadores que mais venceram o absoluto faixa-preta do Mundial da IBJJF, pela ordem (de títulos primeiramente, e alfabética em caso de igualdade). Quem foi o seu favorito?

1. Marcus Vinicius “Buchecha” de Almeida (2012/13/14/16)

O aluno de Rodrigo Cavaca nascido em São Vicente, São Paulo, demorou a se decidir entre o surfe e o Jiu-Jitsu, mas sua opção se mostrou acertada. Promissor desde os 19 anos, Marcus Vinicius Buchecha tornou-se o primeiro faixa-preta a vencer três vezes o absoluto consecutivamente, tornando-se tetracampeão mundial em 2016. Peso pesadíssimo com agilidade de um atleta leve, Buchecha fez de sua meia-guarda uma arapuca, capaz de frear os melhores lutadores de sua geração. A partir de um jogo completo, que alia força, explosão, técnica e muita raça, Buchecha passou a não temer nenhuma técnica dos adversários, em pé ou no chão. Adepto de posições tradicionais aliadas a berimbolos modernos, Buchecha confunde qualquer oponente, como seu arquirrival Rodolfo Vieira.

2. Roger Gracie (2007/09/10)

Professor carioca radicado em Londres, o esguio faixa-preta de Carlos Gracie Junior fez fama como o lutador mais eficiente do esporte – no Mundial 2009, por exemplo, o “Cobertor Gracie” asfixiou todos os seus oponentes no torneio. Primeiro tri mundial absoluto, Roger ficou famoso por seu jogo clássico, quase perfeito na defesa e mortal no ataque – seu estilo: cair por cima, passar a guarda e montar. Depois de vencer também o absoluto do ADCC, sem kimono, Roger decidiu se desafiar e migrou para o MMA, chegando até o UFC.

3. Alexandre “Xande” Ribeiro (2006/08)

Irmão mais novo do craque Saulo Ribeiro, Xande desceu de Manaus, a capital do Amazonas, disposto a igualar os títulos do irmão. E o superou, em quantidade de ouros em Mundiais. Com uma guarda quase impassável, Xande trouxe para o tabuleiro do Jiu-Jitsu um componente tático capaz de surpreender sempre – inclusive o velho rival Roger Gracie, derrotado por ele nas finais de 2006 (Rio de Janeiro) e 2008 (Califórnia).

3. Amaury Bitetti (1996/97)

Filho de lutador e formado no famigerado time de competição de Carlson Gracie, o passador de guarda Bitetti conquistou os principais títulos da arte suave em seu tempo, em duelos marcantes com seu arquirrival, Fabio Gurgel. Duro em pé e muito tático – chegou a não lutar a divisão de peso para garantir o absoluto –, o atleta da zona sul do Rio de Janeiro era um dos grandes expoentes do Jiu-Jitsu nos anos 1990, tendo atuado também em lutas de vale-tudo e no UFC.

3. Marcio “Pé de Pano” Cruz (2002/03)

Orgulho da favela de Mata Machado, o guardeiro Marcio Pé de Pano aterrorizou seus contemporâneos com um jogo de pernas que alternava raspagens, triângulos e outras armas que compunham o arsenal do peso pesadíssimo de língua afiada. Pé de Pano aliava um jogo finalizador com divertidas provocações aos rivais, como o amigo Fernando Tererê, e ajudou a atrair popularidade ao Jiu-Jitsu. Como outros craques que reinaram no absoluto, Marcio também lutou no UFC.

3. Rodrigo “Comprido” Medeiros (1999/2000)

Campeão completo desde as faixas coloridas, o lutador carioca formado por Romero “Jacaré” Cavalcanti ficou conhecido por apagar o brilho de outras estrelas do Jiu-Jitsu na virada do século, quando domou o ímpeto de craques como Fernando Margarida, Roberto Roleta e Nino Schembri, e se sagrou bi absoluto.

3. Ronaldo “Jacaré” Souza (2004/05)

Capixaba de Cariacica “exilado” em Manaus após uma infância cercada por amigos barra-pesada, Ronaldo Jacaré teve trajetória fulminante no Jiu-Jitsu, atraindo olhares de toda a comunidade desde a faixa-roxa. Seu jogo, de derrubar, cair no cem-quilos e finalizar quem passava pela frente, chegou ao ápice nos combates épicos contra Roger Gracie, em 2002 (ainda na faixa-marrom), 2004 e 2005. A final do absoluto com Roger em 2004, em que Jacaré resistiu a um armlock e venceu a luta com o braço esquerdo deslocado, é considerada por muitos a melhor luta do Mundial de Jiu-Jitsu de todos os tempos.

8. Bernardo Faria (2015)

Passador de guarda temido e dono de uma das meia-guardas mais complicadas do Jiu-Jitsu, o mineiro de Juiz de Fora é famoso por apostar sempre no mesmo jogo – dando muita pressão nos rivais. O faixa-preta formado pela BTT de Juiz de Fora e adotado pela Alliance consagrou-se no absoluto em 2015, numa campanha quase perfeita em que obrigou o craque Leandro Lo a batucar, num armlock inescapável.

8. Fernando “Margarida” Pontes (2001)

Faixa-preta paulista dono de um jogo imprevisível e ofensivo, Fernando Margarida ficou famoso no Jiu-Jitsu por finalizar e furar as maiores defesas do esporte. Jovem e dono de uma guarda habilidosa e passagens criativas, conquistou seu maior título da carreira, no absoluto em 2001, ao superar na final o altamente técnico Saulo Ribeiro. O lutador paulista foi o primeiro a vencer o peso (meio-pesado) e o absoluto faixa-preta no mesmo Mundial.

8. José Mario Sperry (1998)

Economista de formação e piloto amador, o hoje empresário Zé Mario Sperry consagrou-se no absoluto em 1998, após uma guerra épica com Roberto Roleta. Forte em pé e um trator ao passar a guarda no chão, Sperry provou ser uma das garras mais afiadas do time Carlson Gracie naquele ano – seu rival, Roleta, teve parte do kimono rasgado tamanha a força da pegada poderosa de Zé Mario. Sperry ganharia ainda mais fama mundialmente nos torneios sem kimono em Abu Dhabi e no Pride japonês.

8. Rodolfo Vieira (2011)

Garoto prodígio da GFTeam no Méier, zona norte do Rio de Janeiro, o jovem “rolo compressor” formado pelo professor Julio Cesar Pereira elevou a arte de amassar a um novo nível. Com braços de troncos e uma base em pé forte capaz de ludibriar as raspagens quase inevitáveis do rival Bê Faria, Rodolfo finalizou meio mundo na década de 2010. Conquistou o sonhado absoluto em 2011, em grande estilo, após final contra Bernardo. 

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