Fera da nova geração do Jiu-Jitsu mundial, Gustavo Batista brilhou no Europeu de Jiu-Jitsu de 2019, realizado entre os dias 15 e 20 de janeiro, em Odivelas. Atual campeão mundial no peso meio-pesado (ao fechar com Lucas Hulk para a Atos), Gustavo mordeu o ouro em Portugal na divisão de pesados, ao lado do companheiro de equipe Kaynan Duarte. No absoluto, brilhou ainda mais, ao dominar Lucas Lepri na final e vencer a divisão principal por 10 a 0.
Aos 22 anos, Gustavo se tornou um dos mais jovens faixas-pretas a conquistar o absoluto da competição – ele perde, por poucos meses, para Rodolfo Vieira, campeão com 22 anos e 4 meses em 2012. Mas ficou à frente de Roger Gracie, campeão absoluto adulto em 2005 com 24 anos.
Portugal tem feito bem a Gustavo, que em quatro anos por lá segue invicto em terras lusitanas. Competindo desde 2015 no Europeu da IBJJF, ele venceu o peso e o absoluto em todos os anos que apareceu (2015 azul/ 2016 roxa/ 2017 marrom/ 2019 preta).
GRACIEMAG conversou com Gustavo Batista, e este analisou a sensação de lutar com Lucas Lepri, os treinos para voltar com tudo na primeira competição de alto nível da temporada, e os próximos passos na carreira. Confira!
GRACIEMAG: Qual foi o seu duelo mais complicado nesse Europeu, que terminou com o ouro duplo para você?
Gustavo Batista: Olha, eu queria muito esse absoluto e fiquei muito feliz por conquistar meu primeiro grande título absoluto como faixa preta. Um dia inesquecível para minha carreira. No peso a luta mais dura foi a semifinal com o Adam Wardzinski. Foi uma luta boa, ele é um cara bem técnico e duro. No absoluto, foi a semifinal, que foi uma guerra contra o Igor “Tigrão” Schneider. E, claro, teve a final com o Lucas Lepri, um lutador de alto nível.
Sobre a final com o Lepri, teve algum “frio na barriga” antes da luta?
Claro que teve. O Lucas é muito sinistro, sempre fui muito fã do Jiu-Jitsu dele e estar numa final do absoluto com ele foi uma sensação diferente, e uma honra para mim. Ele tem um jogo muito sólido e completo, sabia que seria uma luta em que eu não poderia cometer erros. Fiquei muito feliz com a vitória, foi a realização de um sonho, sensação de que toda a dedicação está me trazendo resultados. Demorou para cair a ficha (risos).
Como foi a sua preparação para este torneio? O retorno ao alto nível competitivo depois das festas de fim de ano foi complicado?
Fiz minha preparação em Florianópolis, minha cidade natal. Como o Europeu é bem no começo do ano, eu continuei treinando sem parar no final do ano durante as festas. Treinei muito de kimono e preparação física também, como sempre. Contei com a ajuda dos meus amigos, pois é uma época que geralmente as pessoas estão de férias, mas eles me ajudaram nos treinos todos os dias e consegui chegar bem preparado. Foi complicado um pouco para baixar meu peso para o meio-pesado, por isso optei por ir de pesado e chegar mais forte, sem dieta e focado pro absoluto.
Como funciona os treinos com sua namorada Luiza Monteiro, que foi vice-campeã absoluta? Existe alguma vantagem em treinar com alguém tão próximo?
É legal. Ela é muito sinistra e técnica. De vez em quando a gente treina, mas geralmente treino com os caras do meu peso e ela com os treinos do peso dela. Mas a gente se ajuda bastante no dia a dia e conversa bastante sobre Jiu-Jitsu.
Qual é a sua próxima missão? BJJ Pro ou foco total para defender seu título no Pan?
Tenho uma luta casada no Fight2win, e quero lutar as duas próximas edições do BJJ Pro, mas meu maior foco agora é no Pan da IBJJF mesmo.
*** Relembre o estilo de Batista na final do absoluto marrom, em 2017.
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