O período de carnaval dos judocas brasileiros no Grand Slam de Paris terminou em ouro para Mayra Aguiar no meio-pesado (78kg) e mais dois bronzes para o Brasil, com Victor Penalber (81kg) e David Moura (+100kg), nesse domingo, 7 de fevereiro.
O país encerrou a competição em quarto lugar geral com cinco pódios. Sarah Menezes (48kg) e Rafaela Silva (57kg) foram bronze no sábado dia 6. Para chegar ao seu segundo título em Paris – o primeiro foi em 2012 – Mayra abriu caminho com um ippon contra Sarra Mzougui, da Tunísia, e pontuou com um waza-ari contra a eslovena Anamari Velensek, número três do mundo, nas oitavas. Em seguida, levou a espanhola Laia Talarn a sofrer duas punições, avançou à semifinal e, novamente nas punições (3-1), passou pela vice-campeã olímpica, Gemma Gibbons, da Grã-Bretanha. Na decisão, o reencontro com a campeã olímpica, Kayla Harrison (USA), teve final feliz para a brasileira com um golpe perfeito e medalha de ouro em sua primeira competição na temporada 2016.
“Estou muito feliz com esse começo de ano. Foi a primeira competição e ainda tem muito o que trabalhar. O foco está nos Jogos Olímpicos. Este é o nosso ano e estou dando o melhor de mim a cada competição e treinamento”, comemorou a campeã.
Na categoria mais cheia do evento, com 63 atletas, o meio-médio (81kg) Victor Penalber, que também estreava em 2016, precisou de seis combates para chegar ao bronze. Ele começou com vitória por dois yukos contra Antonio Ciano (ITA), pontuou com um waza-ari para eliminar Frank De Witt (HOL) e aplicou um ippon no russo Ivan Vorobev para ir às quartas. O búlgaro Ivaylo Ivanov tirou de Victor sua chande de ir à final, mas o brasileiro recuperou-se na repescagem com ippon contra Roman Moustopoulos (GRE) e fez o russo Alan Khubetsov desistir da luta no chão, com um estrangulamento perfeito na decisão pela medalha.
“Esta medalha foi muito importante, principalmente por ser minha primeira competição depois que me recuperei de uma lesão. A categoria estava bem cheia, mas procurei pensar uma luta de cada vez. O bronze é gostoso, mas fica a sensação de que poderia ter ido mais longe. Então, é voltar a trabalhar para que os resultados continuem melhorando neste ano de 2016″, avaliou Penalber.
A terceira medalha do dia veio com o peso pesado David Moura derrotando o georgiano Levani Matiashvili nas punições (4-0). Ele passou primeiro por Marius Paskevicius, da Lituânia, por ippon, mas caiu nas quartas para o waza-ari do japonês Ryu Shichinohe. Na repescagem, David conseguiu o ippon contra o francês Hamza Ouchani e repetiu o desempenho na disputa pela medalha, sua segunda na temporada depois do ouro no Aberto de Sofia, semana passada.
“Acredito que estou evoluindo. Isso está me deixando muito confiante no meu judô e no meu trabalho. E, nesse jogo, confiança conta muito. Estou feliz com meus resultados, mas sei que tenho que continuar trabalhando”, disse David, que também gosta de finalizar.
A peso pesado Rochele Nunes, que vinha bem, também se classificou para a disputa do bronze, mas saiu machucada da semifinal contra a japonesa Megumi Tachimoto e foi poupada da luta final, terminando, assim, em quinto lugar. Ela será reavaliada no retorno ao Brasil para definir o diagnóstico.
Eduardo Bettoni (90kg) também ficou entre os oito melhores de sua categoria. Em luta dura contra o campeão mundial Dong Han Gwak na repescagem, Bettoni levou desvantagem nas punições (3-1) e terminou a competição em sétimo lugar. Luciano Corrêa (100kg) caiu na segunda rodada, enquanto Rafael Silva (+100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg) perderam na estreia.
A seleção permanece em Paris nesta semana participando de treinamento de campo internacional. As próximas competições serão os Abertos de Roma (Feminino) e Oberwart (masculino) no final de semana de 13 e 14 de fevereiro.