O ano de 2015 parecia que ia acabar em banho-maria, mas de repente virou de cabeça para baixo. Em Minas Gerais, em Paris, na Síria, um tsunami de lama, ódio e tragédias. No mundo das artes marciais mistas, guardando as inevitáveis proporções, o UFC também virou de ponta-cabeça, com a derrota espetacular da então dominante rainha Ronda Rousey. Analistas da imprensa nacional e internacional repetem: é uma nova era para o MMA, ao menos para o feminino.
Mas o que fez Ronda Rousey cair esticada com a sequência de golpes da boxeadora e campeã de kickboxing Holly Holm? Apenas méritos da nova campeã peso-galo? Ou erros evidentes da faixa-preta, que até começou melhor na luta, mas saiu do UFC 193 para o hospital, com os lábios machucados?
Passamos a pergunta ao comentarista do Sportv e campeão de judô Flávio Canto.
“Acho que a Ronda se complicou. Até então ela nunca tinha precisado de um plano de jogo de segurança. A estratégia dela sempre havia sido partir para cima, trocar em pé, grudar, derrubar e finalizar. A Holly, como especialista em pé, com um boxe afiadíssimo usou e abusou do trabalho de pés, atrapalhando todo o jogo da Ronda, que não a encontrou, e continuou sempre indo para cima sem um plano B”, analisou Canto.
“Enquanto isso, os socos da Holly iam entrando e a Ronda foi ficando cada vez menos inteira para fazer suas principais posições. Uma coisa é buscar uma queda ou a chave de braço estando 100%, a outra é tentar isso já abalada fisicamente. Fica complicado”, apontou.
E para a revanche, que deve ser concedida ano que vem? Ronda deve deixar seu instinto caçador em casa e jogar no contra-ataque? Flávio resume:
“Num próximo encontro das duas a Ronda deve entrar completamente diferente se quiser vencer.”
E para você, leitor? Qual foi o maior erro de Ronda contra Holly Holm?