Mito do Jiu-Jitsu nos anos 1990, o hoje renomado Zé Mario Sperry não concluiu sua missão como lutador. O faixa-preta de Carlson Gracie, campeão absoluto de Jiu-Jitsu e do ADCC em 1998, tem mais uma missão.
Aos 48 anos, Sperry vai enfrentar Ricardo Libório, seu antigo companheiro de time, numa das superlutas do ADCC 2015. O galáctico torneio sem kimono ocorre nos dias 29 e 30 de agosto, em São Paulo. Além de Zé Mario x Libório, o público ainda terá André Galvão x Roberto Cyborg e Renzo Gracie x Matt Hughes.
Como andam os treinos da máquina Zé Mario? GRACIEMAG foi descobrir.
GRACIEMAG: Como estão os treinos para o ADCC na X-Gym?
ZÉ MARIO SPERRY: O treino está bom, bem legal e se desenvolvendo bem. Sempre gostei de treinar, então, foi só apertar mais o treinamento. Também estou fazendo preparação física com Diogo de Souza, já trabalho com ele há cinco anos. Tenho treinando com o pessoal da X-Gym e tenho ido em algumas academias também, para treinar um pouco de Jiu-Jitsu. Também estou treinando Jiu-Jitsu com o Roberto Gordo.
Certamente você e o Libório deram dezenas de treinos juntos, nos anos 1980 e 1990. Você vai se basear no resultado desses treinos para traçar sua estratégia?
A maioria dos treinos com o Libório, que eu me lembre, foi de kimono. Ele de kimono realmente foi um dos melhores com quem tive o prazer de treinar. Faz tanto tempo, que nem me lembro mais dos treinos, lembro, claro, que eram treinos duros e difíceis. Libório era um dos melhores da academia. Mas sem kimono, realmente não treinei muito com ele. Libório foi embora para os Estados Unidos nos anos 2000 e a gente só se encontrava nos bastidores das lutas.
Qual era o grande ponto forte do Libório?
O Libório é bom em tudo: bom em pé, bom por baixo e bom por cima. A tática dele deve ser bem parecida com o que ele apresentava de kimono, troca bem em pé e joga em todas as áreas. É um atleta difícil de lutar, vai ser um grande desafio.
O que você aprendeu com as vitórias nas superlutas com Renzo Gracie (ADCC 2011) e com Fabio Gurgel (ADCC 2013)?
A gente não tem de treinar para uma competição, tem de treinar para ficar melhor. Acho que o maior legado que aprendi, e que tenho levado na minha carreira, foi isso. Sempre gostei muito de treinar, sempre tentei ficar em forma, não por me preparar para uma competição, mas sim, para superar meus limites e tentar melhorar como atleta. E, depois que me aposentei, eu continuei fazendo isso. Obviamente o foco era outro, não tinha mais competição. Também aprendi novas técnicas, sempre fui uma pessoa curiosa. O MMA, o Jiu-Jitsu e o wrestling estão sempre se desenvolvendo e estou sempre sedento por informação. Então, o que aprendi com o Renzo e o Fabio Gurgel foi que pude constatar tudo que eu acreditei na minha vida toda como atleta: nós devemos estar sempre prontos para o que der e vier.