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Abi-Rihan e a lição de mais um ouro: “Treinar no extremo não é igual a treinar certo”

Abi-Rihan em ação. Foto: Flashsport Brasil

Abi-Rihan em ação. Foto: Flashsport Brasil

O faixa-preta Raphael Abi-Rihan chamou atenção no master 1 do Brasileiro de Jiu-Jitsu, realizado no início deste mês de maio, em São Paulo. O professor carioca usou e abusou de seu jogo sólido, calcado em boas passagens de guarda e finalizações como o armlock.

Abi ficou com o título no meio-pesado master depois de finalizar o sempre perigoso Eduardo Santoro “Português” no armlock. Antes disso, o faixa-preta precisou finalizar três combates.

Em papo com GRACIEMAG, Abi destrinchou a vitória em cima de Português, falou que pretende voltar a lutar no adulto e muito mais. A seguir, confira as lições do campeão.

GRACIEMAG: Como você analisa sua campanha no Brasileiro?

RAPHAEL ABI-RIHAN: Fiquei muito satisfeito com minha atuação, vim embalado do título do Rio Fall Open e motivado com o apoio da minha equipe e de diversos amigos, que estavam presentes no ginásio torcendo por mim. Ao longo das minhas lutas, cometi alguns erros que já estão sendo corrigidos, mas no fim das contas deu tudo certo e consegui finalizar as minhas quatro lutas. Isso tudo foi fruto do excelente camp que fiz com meus alunos no QG da Família Abi-Rihan Jiu-Jitsu, no Clube Monte Líbano, na Lagoa.

Sua final contra o Eduardo Português foi bastante comentada. Como foi a luta, na sua visão?

Lutar com um atleta top como o Eduardo Santoro “Português” foi uma grande honra para mim. Já havíamos lutado duas vezes há 14 anos, na faixa-marrom. Cada um havia vencido uma, e sei que muita coisa mudou e evoluiu de lá para cá. O mais interessante foi que o que definiu a luta, que estava empatada em 2 a 2, foi uma posição que faço desde a faixa-azul. É bem simples, onde aproveito um pequeno espaço para defender a chave de braço aplicando outra na sequência. Naquele momento, me arrisquei. Mas peguei no tempo perfeito, e assim consegui a finalização.

O que você aprendeu com mais este ouro no Brasileiro de Jiu-Jitsu?

Aprendi que treinar muito e sempre no extremo não é sinônimo de treinar certo. Isso infelizmente só aprendi com a idade, pois hoje o meu corpo não aguenta a mesma batida de antigamente e as lesões mais graves não me permitem treinar em alta intensidade todos os dias. Percebo hoje que, para atingir bons resultados, é necessário planejamento no treinamento, descanso, alimentação e principalmente na fisioterapia, seja ela para reabilitação ou prevenção. Devo muito ao meu preparador físico Itallo Vilardo e à minha equipe de fisioterapia do Espaço Bruno Mantovano. Aproveito para agradecer aos patrocinadores DG Câmbio-Turismo, Churrascaria Carretão -Ipanema, Local Shorts e KeikoSports.

Após essa vitória bonita contra o Português, não bate a vontade de voltar no adulto?

Vontade sempre dá, eu amo isso aqui. Além do que, o nível do master não está tão distante do adulto. Ano que vem vou programar algumas aventuras, a princípio em competições menores, e se eu acertar no ritmo disputar o WPJJC é uma possibilidade, já que estarei ambientado com combates de seis minutos. Não vivo sem desafios, preciso disso para me manter motivado. Mas também tenho bom senso para saber que o meu momento é no master. É o que a vida me oferece agora. Um passo de cada vez. Ano que vem, quem sabe, o veterano aqui não faz uma graça. O plano para 2015 é completar nove competições pela IBJJF e me firmar bem no ranking do master 1. Se tudo correr bem em 2016, meu primeiro ano como master 2, inverto a ordem das coisas e faço umas aparições no adulto só para me testar.

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