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Vinny Magalhães fala de Jiu-Jitsu e sua disputa de cinturão no Titan FC

Vinny tem a chance de conquistar o título peso médio do Titan FC. Foto: UFC/Divulgação

Vinny tem a chance de conquistar o título peso médio do Titan FC. Foto: UFC/Divulgação

Representante do Jiu-Jitsu, o faixa-preta Vinny Magalhães já viveu altos e baixos no esporte. No ADCC, finalizou o atual campeão peso médio do UFC, Chris Weidman, mas no Ultimate amargou duas derrotas e foi dispensado.

Hoje, dia 26, o peso médio encara Jason Brilz pelo cinturão do Titan FC, na 30° edição do evento, nos EUA. Por isso, GRACIEMAG bateu um papo com o fera para que este pudesse relembrar seus tempos no Jiu-Jitsu, avaliar as mudanças de sua carreira, relembrar seu recente combate contra Keenan Cornelius no Metamoris, e projetar o que ele espera nos próximos passos nas lutas. Confira!

GRACIEMAG.com: Vinny, apesar de estar um certo tempo afastado dos tatames, você nunca deixou de ser um representante do Jiu-Jitsu. O que a arte ainda representa para você hoje em dia, com todo esse buzz do MMA em sua “nova” etapa da carreira?

Vinny Magalhães: A maior razão pelo qual eu pratico MMA é pela sensação de poder usar o Jiu-Jitsu em sua essência verdadeira. Não tem melhor sensação no mundo do que conseguir controlar  alguém e vencer uma luta com uma técnica de Jiu-Jitsu, quando você esta literalmente lutando pela sua integridade física. Eu amava competir em campeonatos de Jiu-Jitsu, essa vontade diminuiu e muito. Pelo prestígio que os dois eventos têm, e pelas regras que eles propõe, o Metamoris e o ADCC são uns dos únicos eventos que eu ainda tenho vontade de competir. Talvez eu até fosse muito mais bem sucedido no Jiu-Jitsu do que estou sendo em MMA, é só conferir a lista de campeões de Jiu-Jitsu que eu já lutei e venci. O Jiu-Jitsu pra mim não é mais o que eu assistia nos tatames do Mundial, pra mim Jiu-Jitsu é o que eu vejo no Jacaré, Drysdale, Demian, Werdum, entre outros, dentro de um ringue.

Quais as lições do Jiu-Jitsu você leva com mais afinco pros seus combates de luva?
Não só do Jiu-Jitsu, mas acredito que é uma lição dada por qualquer outra arte marcial, que é a de respeito pelo adversário. Quando você não respeita seu adversário, aquela energia ruim pode se voltar contra você, de uma maneira ou de outra.

Qual era a posição que você mais gostava de fazer no Jiu-Jitsu e qual você adaptou e tem mais confiança de fazer no MMA?

Não seria uma finalização, mas sim uma posição. Acredito que a minha guarda fechada sempre foi perigosa, tanto em competições de Jiu-Jitsu como em lutas de MMA. É óbvio que tive que fazer uns ajustes pra transformar a minha guarda mais perigosa no MMA, porém a essência é a mesma.

Ainda dá pra comentar sua luta com o Keenan no Metamoris? A memória da luta ainda está fresca?

Dentro da proposta do evento que é buscar a finalização, acho que a luta foi boa. Afinal, para o público, tanto eu quanto o Keenan buscamos a finalização todas vez em que a oportunidade esteve presente. Obvio que pro lutador o empate nunca é bom, mas o que valeu dessa luta foi o fato que o evento ficou satisfeito, o público ficou satisfeito, e eu e o Keenan pudemos sair de cabeças erguidas sabendo que demos o nosso melhor.

E aquela negativa que você deu pra ele após a tentativa de finalização? Foi tipo “aqui não, camarada!” ou passou outra coisa pela sua cabeça? (REvEJA AQUI)

Não querendo parecer arrogante, mas acredito que os únicos ataques que lhe deixam sem opção de bater são os estrangulamentos e ataques de braços e perna. Óbvio que envolve muita técnica para a pessoa saber se defender, mas tem o lado mental também. Acredito que minha técnica é refinada no que diz respeito a defesas de braços e pernas, além do fato que eu não acredito que eu possa ser finalizado em chaves deste tipo (risos).

Depois de duas derrotas no UFC você foi dispensado e agora chega com status de aspirante a campeão do TiTan. O que essa reviravolta na carreira representa para você?

Acredito que tudo acontece por uma razão. Talvez o que aconteceu fosse necessário pra eu rever meus conceitos de treino, repensar em minhas prioridades, etc. No início eu fiquei chateado, mas logo depois as oportunidades foram surgindo novamente e agora eu estou aqui de novo, lutando por um evento novo, porém grande, e com uma chance de lutar por um título. Ou seja, lutar pelo leite derramado? Vida que segue, e sempre continuando positivo, sabendo que há males que vem para o bem.

O que você estudou do Brilz e qual a melhor estratégia pra surpreender ele?

Ele é um atleta com muita experiência. Já lutou com uma diversidade incrível de lutadores, mas nenhum com a minha qualidade no chão. Lutas comigo não tem segredo, eu quero levar pro chão e fazer o meu feijão com arroz.

Quais os próximos passos após uma possível conquista de cinturão?

Defender, defender, defender mais uma vez, e defender de novo. Tenho um contrato de cinco lutas com o Titan, e nenhum outro evento pode quebrar esse contrato a não ser o UFC, então meus planos até o momento são de cumprir esse contrato até o final.

Algum ressentimento com o UFC? Você acha que sua saída do plantel foi uma decisão correta da organização?

Eu vinha de duas derrotas seguidas, perdi uma luta que na cabeça de todos, ou pelo menos da maioria, eu deveria ter ganho. Nada mais justo que o evento que tem os melhores lutadores do mundo me dispensar. Me chateou, mas foi uma decisão justa. Eu tenho um relacionamento legal com todos, sempre troco mensagens com o Joe Silva, e semana passada mesmo, com o Dana. Ou seja, o relacionamento bom ainda existe.

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