No último Pan de Jiu-Jitsu, a semifinal do peso-galo faixa-preta masculino, entre Milton Bastos (Brasa CTA) e Ivaniel Oliveira (Checkmat), atingiu níveis máximos de tensão.
Tudo começou ainda nos primeiros minutos, quando Milton pegou Ivaniel num justo triângulo. O árbitro, Andre Glodzinski, estava atento na defesa de Ivaniel, mas num certo momento ele achou que o atleta da Checkmat havia perdido a consciência.
Glodzinski parou a luta e, para sua surpresa, Ivaniel estava bem acordado e dizendo que não tinha batido.
“Eu vi as pernas dele relaxando e achei que ele tinha dormido, então interrompi o combate. Pensando bem, eu deveria ter checado melhor as pernas de Ivaniel antes de parar a luta. Minha ação no momento foi preservar a integridade física do atleta”, disse André.
A solução para o equívoco foi dar dois pontos para Milton e promover o reinício do combate, a partir do momento em que havia sido interrompido. O problema é que Milton saiu de uma situação de quase finalização para um sufoco total instantes depois.
Assim que a luta recomeçou, Ivaniel partiu para cima e passou a guarda. Naquele momento, atrás no placar, Milton precisou sobreviver. Repôs a guarda e até tentou colocar o oponente mais uma vez no triângulo. Ivaniel escapou e quase pegou as costas de Milton. Faltava um minuto para o fim. Foi aí que as coisas ficaram surpreendentes.
Com o tempo acabando, Milton escapou do ataque nas costas e contra-atacou Ivaniel. Primeiro, Milton colocou os ganchos para conquistar os quatro pontos, e então foi para o pescoço. Com poucos segundos para o fim, Ivaniel fez o que não tinha feito na primeira tentativa de Milton, e deu os três tapinhas. A comemoração de Bastos foi intensa, como só aqueles que finalizam duas vezes numa luta sabem como é.
Ele tentou definir em palavras: “Cara, é difícil de explicar. Primeiro foi uma grande frustração ter o combate reiniciado, mas essa frustração se tornou felicidade e alívio duplo quando eu finalizei de fato. Nem sabia quanto tempo faltava para o fim da luta, só ouvi meus treinadores, Samir Chantre e Osvaldo Moizinho, dizendo para eu enfiar os ganchos para vencer. Eu fiz, mas ao mesmo tempo senti que a minha mão estava bem funda na lapela dele, e vi que dava para finalizar novamente!”.
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