Yuri Simões, 24 anos, mudou a visão que tinha de seu Jiu-Jitsu ao conquistar o bronze no Mundial 2014. O faixa-preta da academia de Caio Terra, depois daquele dia, passou a acreditar mais em si, e os resultados vieram: por exemplo, o título mundial sem kimono, onde venceu pedreiras como Keenan Cornelius e ficou com os ouros no peso e no absoluto.
No Mundial 2015, a partir de 28 de maio em Long Beach, na Califórnia, Yuri vai entrar com a mente blindada e com novos botes na parte em pé, após intensivos treinos de judô e wrestling.
No bate-papo a seguir, Yuri explica seus treinos e dá dicas para você ter muito gás e explosão no Jiu-Jitsu.
GRACIEMAG: Como anda a cabeça a poucos dias do Mundial 2015?
YURI SIMÕES: Ainda estou com a cabeça em cada treino, não estou na adrenalina ainda. O camp aqui no Caio Terra está ótimo, com vários treinos duros. O Caio sempre está ajudando na minha parte técnica, corrigindo e melhorando minhas posições. Apesar dele também competir, ele sempre dá toda atenção como professor. Desta vez, o Rodrigo Comprido veio para ajudar a puxar os treinos também, o que tem sido ótimo, pois ele tem o jogo de pesado e é uma lenda do Jiu-Jitsu.
Você é sempre explosivo. Qual é o macete para manter o gás em todas as lutas?
Muita gente me faz essa pergunta. Acho que o segredo para a explosão está na intensidade com que faço os meus treinos. Sempre vou 100% mesmo que o meu corpo não esteja 100%. E, se você se acostuma a treinar forte e explodir nos treinos, seja nos drills, no aquecimento ou no treino, isso acaba virando parte de você. Eu nunca me permito relaxar antes da competição, só depois.
Outro fator que chama atenção no seu jogo é a parte em pé. Como você treina esse aspecto?
Eu não treino judô ou wrestling pensando só nos dois pontos da queda no Jiu-Jitsu. Gosto de derrubar, gosto de aprender e, para mim, isso completa a minha preparação no geral, especialmente em termos de base, pegada e explosão. Treino judô quatro vezes por semana. Quando não treino judô com meu professor Koji, treino wrestling com o professor Ken Primola.
No Mundial 2014, você fez boa campanha e ficou com o terceiro lugar. Que lições você aprendeu com aquele bronze?
Sinto que comecei muito bem na semifinal que perdi, mas acho que me precipitei e o pior, não acreditei. Depois daquele Mundial, especialmente depois daquela semifinal, mudei muito a minha maneira de pensar e passei a acreditar 100% em mim durante a luta. É fácil acreditar e dizer que vai ganhar antes, mas o que conta mesmo é acreditar e querer ganhar quando começam aqueles dez minutos.
Você está escalado no superpesado, que traz ainda Bernardo Faria, João Gabriel, Roberto Tussa, Erberth Santos e outras feras. Alguém na categoria deixa você pensativo?
Todos são grandes atletas, mas procuro pensar apenas em mim mesmo como meu maior oponente. Quero me vencer e me superar todos os dias e a cada treino, sem me acomodar ou entrar em zona de conforto jamais. O resto é lá na hora, quando o juiz fala: “Combate”.
A cobertura do Mundial de Jiu-Jitsu 2015 é um oferecimento de Storm Strong.
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