O treinamento de Jiu-Jitsu, como o sagaz leitor de GRACIEMAG já deve ter percebido, apresenta variáveis peculiaridades. Agora, quando se mistura o treino de Jiu-Jitsu com e sem kimono, as técnicas parece que se entrelaçam, dando bons frutos.
É o que percebeu nosso GMI Raul Faconti, de Santos, SP, que nos enviou uma série de ensinamentos e listou os benefícios de, vez por outra, deixar o paletó no vestiário na academia de Jiu-Jitsu.
Segundo o professor Raul, a concatenação das duas modalidades (o Jiu-Jitsu propriamente dito e o estilo hoje conhecido no mundo como “no gi”) injeta no atleta ou praticante mais perspicácia, habilidades múltiplas e audácia.
Confira os diversos atributos que você pode ganhar como lutador, ao treinar sem kimono, na aula de Raul:
1. Velocidade: “Treinar sem pano faz com que o praticante/atleta seja obrigado a desenvolver um rápido raciocínio cognitivo (executar sem hesitar). Os movimentos sem kimono são ainda mais explosivos, requerendo uma maior habilidade motora para seu êxito.”
2. Condicionamento físico: “Uma vez que a luta se torna menos travada, mais escorregadia e assim mais movimentada, isso cria uma alta demanda do sistema cardiovascular. O praticante, então, ganha também uma boa capacidade aeróbia. Quer verificar se você anda com uma boa capacidade física? Observe se, nos momentos finais da luta, você parece não sentir o cansaço ou se está exaurido.”
3. Aumento do arsenal de posições: “No Jiu-Jitsu, tudo acontece de modo rápido demais. O atleta evolui quando se torna capaz de ligar uma posição com a outra. No jogo sem kimono, o praticante melhora muito nesse quesito já que é difícil estabilizar a posição, pelo fator da força, da falta da pegada etc.”
4. Força: “É outra qualidade que se adquire treinando sem o paletó, já que em diversos momentos da luta você será obrigado a empurrar ou abraçar o oponente, para se livrar ou segurar alguma posição. O praticante/atleta acaba por trabalhar com uma variedade de estímulos. Em face disso, é preciso fazer uma maior força isométrica, dinâmica, máxima e explosiva. O Jiu-Jitsu normalmente já oferece uma multiplicidade de ações – raspar, projetar, dominar e submeter. Sem o kimono, a oferta de posições e a mudança de situações torna-se ainda maior.”
5. Poder de finalização: “No jogo sem kimono, finalizar pode se tornar ainda mais complicado, já que o grau de domínio do adversário para finalizar vai precisar ser maior. Sem a lapela e com o fator suor, o praticante/atleta não vai mais conseguir finalizar ‘de qualquer jeito’, e vai aumentar o apuro técnico. Além de conseguir o melhor domínio de adversário, pois sem esse controle ele dificilmente vai ser capaz de finalizar.”
6. Defesa pessoal: “Em algum momento da vida, talvez sejamos obrigados a nos defender. E você não sabe se vai estar num casamento ou na praia. A prática do Jiu-Jitsu sem kimono nos deixará ainda mais seguros para qualquer situação corpo a corpo.”
7. Equilíbrio: “Por obra da troca constante de posições, as inversões e raspagens acontecem o tempo todo. Na maioria das vezes, o atleta/praticante tem um ou dois apoios no chão. E tem de se equilibrar o tempo todo para não ser raspado, ou quedado. Isso faz com que ele desenvolva um equilíbrio fenomenal.”
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