Aconteceu no Mundial 2010, durante uma das semifinais da categoria adulto entre faixas-pretas pesadíssimos. Antônio Braga Neto começou o combate puxando Roberto Cyborg para a guarda e experimentando alguns desequilíbrios contra a base forte do rival.
Aos 3min, Braga conseguiu a raspagem e, logo em seguida, dominou as costas do oponente, contabilizando confortáveis 6 a 0 no placar. A partir daí, Cyborg sofreria exatos 4min30s de ataques pela retaguarda.
Os alunos do atleta do Mato Grosso do Sul, hoje radicado em Miami, nos Estados Unidos, desesperaram-se à beira da área de combate. “Não bate, não! Vamos sair daí, Robertinho!”, gritavam. Cada vez mais, Neto aprofundava a mão cruzada na gola de Cyborg, graduando a asfixia.
No momento mais crítico da blitz, o aluno de Roberto Gordo submeteu o adversário à posição conhecida popularmente como “espalha-frango”. Com um misto de raça, sangue-frio e muita técnica, Cyborg escapou dos ganchos inimigos. Faltavam cerca de 30 segundos para o fim da luta.
Durante a escapada, o guerreiro do Pantanal se viu numa embolação típica da posição em que é especialista: a guarda-tornado. Girou o corpo rapidamente e aprisionou Braga Neto com este triângulo redentor. Pego de surpresa, o aluno de Roberto Gordo não teve tempo de reação e, atônito, deu os três tapinhas.
O público na pirâmide de Long Beach aplaudiu de pé. Todos ali sabiam que se tratava de uma das maiores reviravoltas já testemunhadas naquela arena.
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