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Otavio e a luta com Kron: “Vou adicionar uma pitada de agressividade”

Otavio Sousa e Leandro Lo disputam polegada a polegada no GP dos Medios da Copa Podio

Otavio Sousa tenta passar a guarda de Leandro Lo no Copa Pódio de Jiu-Jitsu, no Rio. Agora o desafio é perto de casa, em San Diego. Foto: Divulgação

GRACIEMAG.COM: Você faz uma das lutas mais aguardadas do Metamoris Pro, ao encarar Kron Gracie, que luta sempre sedento por pegar. Como está a preparação para a luta aí no QG da Gracie Barra?

OTAVIO SOUSA: A preparação está ótima, treinando forte, muito focado. Não vejo a hora de subir naquele ringue em San Diego, no dia 14 de outubro. Meu treino está bem diferente para esta luta, afinal a estratégia é totalmente diferente. Uma coisa é lutar o Mundial, diversas lutas, outra coisa é fazer uma luta casada sem valer pontos, onde até o atleta que está ganhando não pode pensar em se dosar – tem de ir para cima para pegar. Para vencer um evento assim o condicionamento tem de estar excelente.

O que isso tudo muda em relação à sua maneira de lutar em especial?

Meu estilo de jogo já é bastante pra frente, sempre busco a finalização quando possível, então não vou sofrer com as mudanças. Apenas vou adicionar uma pitada de agressividade, e cair para dentro do começo ao fim.

Quem está ajudando você para os treinos?

Tem muita gente especial comigo. Sou grato a todos os amigos da Gracie Barra que estão aqui no meu dia a dia me ajudando a evoluir, me colocando pra cima e sempre trazendo vibrações positivas. Gostaria de mencionar um nome que eu não poderia deixar de citar, o Philipe Della Monica. Ele tem sido um parceiraço e está me ajudando muito, tanto nos treinos de Jiu-Jitsu quanto na minha preparação. Está sempre me puxando até meu limite.

O Zé Radiola vai conseguir estar no seu córner na luta?

Gostaria muito que isso fosse possível, ter meu professor Zé Radiola lá gritando e se esgoelando durante minhas lutas não tem preço. Desta vez não será possível ele vir, mas tenho certeza de que ele vai torcer muito por mim como sempre faz. É inexplicável quando ele está por perto, estava me lembrando de uma cena do Mundial 2012. Ele quase teve um troço, de tão nervoso que ele fica, e acabei campeão nos segundos finais. Foi emocionante. Para esta luta no Metamoris meu córner será o Philipe.

Você falou em mudar os treinos. Como se treina para uma luta de 20 minutos sem pontos? 

Vinte minutos é bastante tempo de luta, ainda mais se tratando de dois atletas de ponta. Estou puxando o gás em cada treino, dando o meu máximo em cada exercício, em cada sessão de sparring. Estou encarando esta luta como um novo desafio para minha carreira. Sempre lutei os campeonatos da IBJJF e as regras do Metamoris são completamente diferentes. Encaro de uma forma positiva e acho que são campeonatos assim que engrandecem ainda mais nosso esporte, valorizam mais ainda o atleta financeiramente e profissionalizam o Jiu-Jitsu cada vez mais. Tenho todo o respeito pelo Kron, ele é um fenômeno, e tem tudo pra fazermos um lutão.

Você gosta das regras então. Alguma coisa que você mudaria para melhorar ainda mais?

Para a torcida será uma grande festa. A única coisa de que não sou a favor é a luta terminar sem um campeão caso não haja finalização. Aceitei a luta porque gosto de buscar sempre novos desafios, e tenho certeza de que será uma ótima experiência. Gosto de me testar, mas ainda prefiro as regras da IBJJF. Outro lado legal é a exposição de cada atleta, afinal são lutas em menor quantidade, e os atletas ganham evidência. Vejo o Metamoris como um evento complementar ao Jiu-Jitsu de competição que temos hoje, com a categoria de base lutando para aparecer, os faixas-pretas de todos os países se pegando e tudo mais.

Kron venceu você uma vez numa final de Mundial, em 2007, na faixa-marrom. Nesse ano você foi campeão mundial absoluto. O que mudou de lá para cá? 

Hoje somos dois lutadores bem diferentes. Eu me vejo não só melhor tecnicamente, mas também mais maduro, experiente e confiante. O Kron é muito duro e tem uns botes perigosos, ele não deixa o adversário respirar. Tenho minha estratégia e meu plano para anular o jogo dele, mas vou deixar vocês curiosos até o dia 14 (risos).

Dar aula todo dia e ser campeão mundial é dureza. Qual o segredo?

Não é mesmo fácil conciliar tudo isso. Mas como dizem, quando é sacrificante o gostinho da vitória é muito melhor! As recompensas valem a pena. Hoje ajudo a transformar a vida de muitas pessoas através do Jiu-Jitsu, seja disciplinando as criança, ensinando defesa pessoal para as mulheres ou passando uma vida mais saudável para todos.

Qual a receita para ser campeão mundial de Jiu-Jitsu hoje?

Humildade é tudo, é o que leva você longe. Basta trabalhar duro, acreditar em si próprio e não ter medo de errar ou de arriscar. A vida volta e meia nos dá uma rasteira, mas a gente vai lá e levanta. Perseverança é tudo. Não é o quão forte você bate, mas o quanto você aguenta sem desistir, entende? O segredo do sucesso é continuar andando para a frente.

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