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O sonho de Ismael Santos de propagar o Jiu-Jitsu ao redor do mundo

Ouro em duas categorias no mesmo torneio da IBJJF, conquistado no Chicago Open 2021. Foto: Reprodução

Atualmente em primeiro lugar no ranking dos faixas-marrons da IBJJF, maior e mais respeitada organização de Jiu-Jitsu no mundo, Ismael Santos é uma das jovens promessas no cenário competitivo da arte suave. Sob a tutela do faixa-preta Marcelo Ribeiro, ele se uniu a um seleto grupo de atletas no projeto Xchange, que fornece suporte a jovens talentos para participação em campeonatos nos Estados Unidos, a fim de proporcionar uma experiência a nível internacional para uma nova geração de competidores.

Para contar um pouco de sua história, o campeão Pan-Americano de 2021 papeou com GRACIEMAG e contou sobre seu sonho de popularizar o Jiu-Jitsu em terras americanas, suas experiências em solo norte-americano e como estas contribuíram para seu amadurecimento dentro e fora dos tatames. Uma verdadeira joia que, com seus conhecimentos do esporte e do cenário competitivo a nível profissional, conta com bagagem de sobra para levar através do esporte as premissas de saúde e autoconfiança a futuros alunos. Confira nas linhas abaixo!

GRACIEMAG: Como você conheceu o Jiu-Jitsu? Já ingressou pensando em competir?

ISMAEL SANTOS: Fui apresentado ao Jiu-Jitsu através de um amigo que já treinava. Já tinha conhecimento dos benefícios do esporte, então ingressei nos treinos com o objetivo de aprender sobre autodefesa e levar uma vida mais saudável. Além disso, eu poderia gastar as energias excessivas no tatame e, consequentemente, ficar mais centrado e focado nos meus estudos. Comecei a competir aos 13 anos, ainda na faixa-branca e, com três meses de treino, fui campeão pela primeira vez. Aos 15 anos, na azul, fui campeão novamente, desta vez no Brasileiro de Equipes da CBJJ, pela GFTeam. Conquistei títulos estaduais e regionais até que, em 2015, recebi o título de melhor faixa-azul juvenil do estado do Ceará.

Ismael com o ouro no Pan 2021, ao lado do professor Marcelo. Foto: Reprodução

Em que momento você entendeu que se tornaria profissional?

Acho que o momento que o Jiu-Jitsu mudou para mim foi aos 14 anos, quando fiz a minha primeira viagem para São Paulo. Recebi muito incentivo do meu professor Elinor Batista, que viu cedo o meu potencial, me incentivou a correr atrás desse futuro e dar o meu melhor para ser bem-sucedido. De repente, pela primeira vez, eu estava saindo do meu estado para competir. Aquilo foi muito marcante para mim. A partir dali, ajustei a minha mentalidade e senti no meu coração que esta seria a minha missão de vida, que o meu destino seria nos tatames, mostrando o Jiu-Jitsu para o mundo inteiro.

Como a sua família entende a sua profissão no esporte? Teve apoio deles no início?

Sou muito grato à minha família pois sempre tive o apoio deles. Além de me incentivar a seguir os meus sonhos, eles sempre me ensinaram a trabalhar duro, nunca desistir e conquistar meus objetivos através do merecimento. Aprendi muito vendo meu pai, que perdeu uma das pernas quando eu tinha dez anos e mesmo assim anda todo dia para o trabalho, e minha mãe, que nunca perdeu o sorriso mesmo vivendo uma vida difícil e sem água encanada no interior do Ceará. Se cheguei onde estou, é tudo graças a eles.

Ranking faixa-marrom com Ismael destacado na liderança. Foto: Reprodução

E a missão de ganhar os Estados Unidos? Como foi o convite?

Conheci o professor Marcelo Ribeiro através do projeto que ele tem no Brasil, para auxiliar atletas a competir e gerir suas carreiras nos Estados Unidos. Cheguei nos EUA a primeira vez em 2020, ainda como faixa-roxa. Por conta da pandemia não competi e voltei para o Brasil. Em 2021 ele me fez um novo convite para passar uma temporada na casa da família dele e conhecer novos lugares, praticar o meu inglês e, é claro, competir. Retornei, trabalhei duro e estou em primeiro lugar no ranking dos faixas-marrons da IBJJF.

O que mudou no seu Jiu-Jitsu e tem mudado na sua vida ao integrar o projeto na RMA?

Sinto que evoluí de diversas formas. Na minha vida pessoal, eu amadureci por conta da experiência de conhecer uma nova cultura e por estar tão afastado da minha família. Na profissional, a rotina de treinos e as viagens para competir me ajudaram a ter um ponto de vista mais profissional em relação à minha carreira. Acima de tudo, me sinto grato ao professor Marcelo, que reconheceu meu esforço e me deu a oportunidade de participar deste projeto.

Com essa nova experiência na bagagem, quais são seus próximos planos para o Jiu-Jitsu?

Pretendo continuar trabalhando duro e dando o meu melhor em todos os treinos e campeonatos. Quero alcançar o ranking dos melhores faixas-pretas da IBJJF e levar outras pessoas a ver, como eu vejo, os benefícios do Jiu-Jitsu. Minha meta agora é ser muito bem-sucedido e inspirar adultos e crianças a vir pro tatame, tendo meus resultados como competidor como exemplo para eles, de que o Jiu-Jitsu pode mudar vidas.

Junto a Marcelo Ribeiro e seus companheiros de treino da RMA, Ismael comemora mais uma vitória. Foto: IBJJF/Giselle Villasenor Photography

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