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Mundial 2016: Nicholas Meregali analisa futuro após ouro no absoluto marrom

NIcholas Meregali faturou peso e absoluto pelo segundo ano consecutivo(em 2015 na faixa-poxa). Foto: Gallerr

Nicholas Meregali faturou peso e absoluto pelo segundo ano consecutivo(em 2015 na faixa-roxa). Foto: Gallerr

Campeão mundial peso e absoluto no Mundial de Jiu-Jitsu 2016, realizado na última semana, em Long Beach, o faixa-marrom Nicholas Meregali tem motivos de sobra para comemorar.

Depois de faturar o ouro duplo na faixa-roxa, em 2015, Nicholas partiu para mais uma empreitada neste ano, e repetiu o feito na nova faixa. Embalado por conquistas em boa parte dos torneios que participou na temporada, o atleta da Alliance aluno de Mário Reis venceu cinco lutas para conquistar o ouro no peso pesado, e depois encarou o companheiro de equipe Isaque Bahiense na final do absoluto, rechaçando o fechamento, comum entre atletas do mesmo time.

Após coroar sua temporada na Pirâmide de Long Beach, Nicholas bateu papo com GRACIEMAG e falou sobre suas caminhada no Mundial, sua força mental para conquistar o duplo ouro e seus próximos desafios. Confira!

GRACIEMAG.com: Mais uma medalha de ouro na parede do Nicholas Meregali. Como você se sente ao conquistar o maior título da sua carreira até o momento?

Nicholas Meregali: Estou vivendo hoje um momento de paz. Passei por várias situações difíceis até o dia do campeonato, o que me deixou com dúvidas e medos sobre o que aconteceria. Ter superado isso com êxito, colocou-me em um estado de relaxamento que não sentia há um bom tempo. Como você disse, é apenas mais uma medalha na parede. O Mundial é um título que todos almejam, e eu também, mas mesmo ganhando ainda não me sinto extremamente realizado, pois sei que tenho um grande caminho até meu ápice e o que me faz grande não são minhas medalhas e sim minhas atitudes.

Você fez uma final dura contra um rival antigo. O Isaque é um cara que você enfrenta desde a faixa-roxa, e agora, mesmo companheiros de equipe, se encararam na final do absoluto. O que você trouxe de novo para enfrentar um atleta que conhece parcialmente o seu jogo?

Não trouxe nada de novo, pois não traço estratégias nas lutas. Eu apenas entro e coloco meu jogo em prática. A luta com Isaque foi muito emocionante, uma pancadaria generalizada (no bom sentido, é claro). Ele é um atleta que tem várias qualidades e sabe impor elas na luta, tem esse talento. Eu saí perdendo a luta por dois pontos de uma raspagem e corri atrás a luta inteira. No final encaixei uma omoplata, raspei, entrei para o armlock e fiquei por cima, ganhando os pontos e saindo com a vitória.

E como você avalia seu desempenho nas chaves do peso pesado?

Fiz cinco lutas no peso e me senti bem, variei bastante o jogo em cada duelo e consegui impor minha velocidade. Fiz uma luta nas quartas contra o Gutemberg Pereira(GFTeam), que na minha opinião foi um divisor de águas no evento, pois quem caísse estaria fora do absoluto. Na minha cabeça era mais uma final.

Qual o peso de ter o Mário Reis, várias vezes campeão, como seu professor e mentor na hora de disputar um título mundial?

O Mário é motivador. No dia que lutei tive apenas um momento de contato com ele, antes de uma das lutas, e a troca de energia foi pura e verdadeira, com poucas palavras. Após isso, entramos em uma conexão extraordinária. Acho que criamos isso sem perceber um com o outro, onde só o olhar transmitia o que precisava. Motivação e coragem total.

O ouro duplo na marrom te deixa com mais vontade de se testar na elite dos faixas-pretas? Como que você projeta uma futura disputa entre você e os tops do Jiu-Jitsu mundial?

Tenho muita vontade, não posso esconder. Já me imagino e sinto uma sensação clara dentro de mim de que estou pronto. Independente de como me sair na faixa preta, me sentirei feliz por colocar minha essência e trabalho à prova no mais alto nível do Jiu-Jitsu.

E essa faixa-preta? Quando vem?

Depois de lutar o GP de Médios da Copa Podio, eu acredito.

Você ficou em terceiro no absoluto azul em 2013, bateu na trave na primeira tentativa no absoluto roxa e depois começou a ganhar tudo. O que você fez para despontar nos torneios?

Aprendi a conversar comigo mesmo e me olhar no espelho, com o mínimo de orgulho possível, por mais difícil que seja. Arrisquei de todas as formas possíveis. Arrisquei comigo mesmo, com minha família, amizades, minha forma de treinar, viver e de ver a vida. Ganhei muita maturidade nesses dois últimos anos. Não tinha essa visão quando comecei a fazer o que fiz, mas hoje revendo o que construí, tenho certeza de que isso talvez foi o fator mais importante.

E qual a dica do Nicholas Meregali para os competidores que querem vencer nos torneios como você?

Buscar. Tentar ser dia a dia o mais impecável possível consigo mesmo e em todos os aspectos profissionais, nas atitudes, pensamentos e comportamento. Isso te traz luz e energias boas. Antes de ser um campeão dentro do tatame, é obrigação de todo ser humano buscar ser lembrado por quem ele é e não pelo que conquistou. Isso te fará um verdadeiro campeão e consequentemente conquistará o que almejar no tatame.

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