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Léo Cunha e a arte de dar a volta por cima no Jiu-Jitsu

Professor Léo Cunha, da Gracie Barra Santo Amaro. Foto: Reprodução

Sofreu com um revés num torneio ou um contratempo na sua rotina? Nosso GMI Léo Cunha, professor da GB Santo Amaro, entende que este tipo de coisa pode rolar, mas oferece a seus alunos e a você, persistente leitor, a mentalidade certa para encarar a situação.

Em papo com o GRACIEMAG, Léo explica as oportunidades que vem com a derrota, além de contar um pouco sobre suas raízes na arte suave e seu planejamento para voltar com tudo aos tatames após o fim da pandemia.

Confira nas linhas abaixo!

* Entre para o time GMI! *

GRACIEMAG: Como foram seus anos nas faixas coloridas? Simples ou tortuoso?

LÉO CUNHA: Avançar nas coloridas sempre é divertido para uma criança, chega a ser motivacional. Quando eu cheguei à faixa-laranja, fui o primeiro com essa graduação no estado do Rio de Janeiro e sob a tutela do Zé Beleza, que foi meu professor até os 14 anos de idade. Na época foi até um pouco complicado, porque se eu fosse para um campeonato com a faixa-laranja, eu ganharia por falta de adversários. Esse foi um dos motivos que me levou a pular a faixa-verde e ir direto para a azul, na qual haviam oponentes para competir.

Alguma memória marcante dessa época?

Eu era bem ativo, participei de vários torneios e até levava jeito. Fui campeão em vários deles durante as coloridas. Tenho até uma história engraçada dessa época. Lutei a Copa Company, ainda muito jovem, ganhei a medalha e saí da competição diretamente para meu colégio. Roubaram minha medalha e nunca mais a vi (risos).

Qual foi a sensação de alcançar a faixa-preta?

Foi muito gratificante, tive a sensação de dever cumprido. Por conta daquela época em que havia várias brigas aqui no Rio, meu pai acabou me afastando do Jiu-Jitsu e eu fiquei dez anos sem vestir um kimono. Praticava triátlon, mas quando pude voltar ao Jiu-Jitsu, senti aquele amor antigo novamente. Pouco tempo após o meu retorno, recebi a faixa-preta. Foi um momento bem emotivo.

Como separar a cabeça de atleta/competidor para se tornar um grande professor?

São mentalidades diferentes. Ser professor é assumir um papel de liderança, com a responsabilidade de esclarecer e formar seus alunos. É entender que nem todo aluno está buscando competir ou tem ritmo de competição. Tenho muitos alunos, por exemplo, que são executivos e vem aqui para aprender Jiu-Jitsu e gastar energia antes de ir trabalhar. Esses caras não querem correr o risco de se lesionar. Quando falamos em treino de competição é aquela coisa mais intensa, com sangue nos olhos e sempre buscando se preparar para um grande combate. No fim das contas, a mentalidade de atleta e a de professor acabam se complementando. Um bom competidor deve conhecer os fundamentos básicos do esporte e um bom instrutor precisa ter vivência de campeonato.

Qual o melhor ensinamento da sua época de atleta que você sempre passa aos seus alunos?

Gosto de ressaltar bastante que não existe derrota. Quando perdemos, somos derrubados por nós mesmos, mas ainda podemos aprender com nossos adversários. Acredito muito na disciplina, no foco e na repetição. Acredito no bem que o esporte traz para nossa cabeça e para o nosso corpo, contribuindo para a qualidade de vida. Também tento trazer aos meus alunos uma mensagem de família e integração, que foram valores que eu vivi ao longo dos meus anos no Jiu-Jitsu.

Quais são as metas do professor para forjar uma equipe ainda mais forte e se destacar como referência no ensino do Jiu-Jitsu e formação de campeões?

A nossa missão aqui na GB Santo Amaro é tentar transmitir aos nossos alunos um Jiu-Jitsu puro e limpo. Através disso, queremos formar boas pessoas e atletas competentes. Nossa meta é retomar as aulas após a pandemia e recuperar este tempo perdido. Queremos contribuir com a sociedade e formar um bom time de competição para continuar o legado da Gracie Barra e do mestre Carlinhos Gracie.

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