Hannette Staack é uma das maiores colecionadoras de medalhas no Jiu-Jitsu feminino, mas ela continua atrás de desafios. Está se aprontando para uma guerra das grandes, no ADCC 2011, na Inglaterra.
A bicampeã do ADCC acima de 60kg e campeã absoluta em 2007 no torneio idealizado por xeque Tahnoon, de Abu Dhabi, já começou a treinar duas vezes por dia, mais a preparação física. Ela, afinal, sabe que as rivais estão no mesmo ritmo, ainda que estejamos a dois meses do torneio sem kimono.
No caminho de Hannette no peso acima de 60kg, grandes pedreiras como Cris Cyborg e Gabi Garcia, mas a professora da Brazil 021 não teme ninguém – e ainda conta por que os fãs não viram uma luta sua contra Gabi já no último Mundial. Confira o que ela tem a ensinar, nesta entrevista exclusiva feita por telefone, no Rio de Janeiro.
No ADCC 2011, vai sair este duelo com a Gabi Garcia, finalmente?
Ah, se Deus quiser! Respeito muito ela e as demais oponentes, mas seria uma luta interessante – já lutamos no Mundial 2008, mas ela evoluiu bastante. Na verdade eu queria ter lutado o absoluto no Mundial 2011, mas você sabe, o André Negão além de meu treinador é meu marido e tirou meu nome da inscrição no aberto. Realmente eu não tinha treinado o suficiente, estávamos nos mudando, reformando a academia, e não tive tempo, mas estava com muita vontade de brigar pelo ouro absoluto feminino. Mas ele decidiu assim, e acatei, até para não brigarmos em casa (risos).
Você vai chegar em Nottingham, para o ADCC 2011, com cerca de 70kg. Dá para fazer frente a atletas como a faixa-roxa Cris Cyborg ou a Gabi, que além de tudo vêm no maior embalo?
Sim, estou treinando forte desde já para isso. Não dá para escolher adversárias, porque serão oito meninas muito, muito duras, mas vou para impor meu estilo. Estou de olho no jogo e nas posições fortes de cada uma, sei onde não posso dar mole contra cada uma delas, mas não sou muito de estratégia. Vamos para brigar pelo topo, seja por baixo ou por cima, contra oponentes contra a Cris Cyborg ou a Gabi, vou buscar ficar confortável e vencer. Gosto de fazer guarda contra oponentes mais pesadas, me sinto bem assim, mas vamos ver qual a melhor tática quando a hora chegar, se chegar. Vai ser selva, mas estou animada.
Já está afiando o armlock voador, arma contra Rosângela Conceição na final do absoluto do ADCC 2007, e contra Ida Hansson neste Mundial?
Na verdade comecei a tentar este armlock num torneio em Búzios, mas só fui acertá-lo direitinho na seletiva para o ADCC 2007, contra a Gilda, hoje no wrestling. Depois deu certo em Nova Jersey, nessa final (abaixo) e agora no Mundial. Isso é fruto de muita repetição, eu faço por semana uns 10 minutos de armlocks deste tipo, o que dá uns mil armlocks por mês!
Como está o programa de treinos para o campeonato?
Estou treinando aqui no Rio, tirei dúvidas com meu preparador físico, e em agosto vou para Chicago onde me preparo até a hora de viajar para a Inglaterra. Vou treinar com o pessoal todo, com homens e mulheres, e intensificar os treinos com os circuitos intervalados, algo que costumo fazer. São diversas posições básicas repetidas em velocidade intensa, que afiam minha técnica e minha resistência.
* Confira as atletas no ADCC 2011:
FEMININO -60kg
1. Luanna Alzuguir. Brasil (c. ADCC 2009)
2. Lara Jayne Ng. Austrália (c. sul-pacífica)
3. Hashi Takayo. Japão (c. asiática)
4. Cathilee Albert. EUA (c. norte-americana 2011)
5. Michelle Nicolini. Brasil (c. sul-americana 2011)
6. Sara Svensson. Suécia (c. europeia)
7. Kyra Gracie. Brasil
8.
FEMININO +60kg
1. Hannette Staack. Brasil (c. ADCC 2009)
2. Fiona Muxlow. Austrália (c. sul-pacífica)
3. Penny Thomas. África do Sul (c. norte-americana 2011)
4. Talita Nogueira. Brasil (c. sul-americana 2011)
5. Devi Ahuja. Noruega (c. europeia)
6. Gabrielle Garcia. Brasil
7. Cris Cyborg. Brasil
8.
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