Após a vitória do quarentão Dan Henderson sobre Fedor Emelianenko, no Strikeforce do último sábado, nosso repórter Nalty Junior relembrou um papo que teve recentemente com o wrestler americano, nos bastidores de um show de MMA. A conversa girou sobre assuntos como a carreira, aposentadoria, os tempos do Pride e muito Jiu-Jitsu, claro, estilo que o “Hollywood” treina há uma década. “Fiel ao Jiu-Jitsu, atento a GRACIEMAG há anos… Realmente o Fedor não tinha mesmo chance”, pensou Nalty.
Em homenagem à exibição sólida de Henderson, que completa 41 anos no próximo dia 24, republicamos abaixo cinco respostas do americano estampadas em edições antigas de NOCAUTE e GRACIEMAG.
Qual a sensação de ter vivido praticamente toda a história de evolução do MMA?
É divertido ver a evolução e o progresso desse esporte ainda estando ativo e participando da coisa toda. Nunca realmente parei para pensar qual seria meu futuro no MMA. Não achei que estaria competindo por tanto tempo. Tudo o que eu queria no início era ganhar dinheiro para correr atrás do meu sonho olímpico no wrestling.
Do que você se arrepende na carreira, e o que te orgulha mais?
Houve algumas lutas em que me apresentei contundido e que eu deveria ter pedido para adiarem, mas não é da minha natureza fazer isso. Além disso, você tem de tirar as coisas boas de experiências ruins, aprender com seus erros. O momento de maior orgulho foi quando eu detive dois cinturões do Pride simultaneamente.
Como você vê essa combinação de wrestling e Jiu-Jitsu?
O wrestling é uma ótima base para que se tenha controle da luta, mas você precisa do Jiu-Jitsu ou da trocação para finalizar seu oponente. Adoro trabalhar o grappling, mas nunca ponho o kimono. Com o pano eu estaria perdido.
Seu ex-treinador de wrestling Bob Anderson foi amigo do brasileiro Rolls Gracie (1951-1982), certo? O que ele contava?
Bob me treinou por cerca de 20 anos, desde a terceira série do primário, quando eu tinha 8 ou 9 anos, até quando eu terminei de competir na luta greco-romana. Ele nos contava sobre as suas viagens para o Brasil. Mas você sabe, estávamos concentrados no wrestling, que é um esporte totalmente diferente, e não tínhamos idéia de que as modalidades um dia iriam se complementar no vale-tudo. Quando me envolvi com o vale-tudo, isto trouxe à tona novamente as recordações de Bob no Brasil, mas tudo tinha acontecido há muito tempo para ele. Então ele não estava mais atualizado. [Bob Anderson ficou amigo de Rolls no final dos anos 1970, e Henderson fez seu primeiro vale-tudo, contra Crézio de Souza, quase 20 anos depois, em 1997].
Quando você teve o primeiro contato com finalizações?
Ainda quando treinava com Bob, porque ele nos colocava para disputar também sambo, além de luta livre olímpica e greco-romana. De vez em quando, visito Bob e dou uma malhada com ele, afinal continua sendo um grande amigo. E ele adora vale-tudo, qualquer dia vou levá-lo para uma luta, apesar de ele ser muito ocupado, pois é um técnico muito bom de wrestling há muitos anos.
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