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Evite lesões no treino de Jiu-Jitsu e MMA, com Dr. Rickson Moraes

Rodolfo Vieira fez com sucesso sua transição do Jiu-Jitsu para o MMA. Foto: Vica Bueno

Por: Rickson Moraes*

* Artigo publicado originalmente nas páginas da GRACIEMAG #236. Para mais conteúdos exclusivos com o melhor do Jiu-Jitsu mundial, assine a revista mais tradicional do esporte em formato digital *

O Jiu-Jitsu foi inicialmente concebido e aprimorado pela família Gracie como técnica de luta voltada para a defesa pessoal. A essência desta arte consiste em propiciar, a um praticante fisicamente menos privilegiado, condições para subjugar oponentes muito mais fortes sem sofrer ou causar lesões mais sérias. Para esta finalidade, utilizam-se princípios mecânicos e de alavancas que possibilitam uma melhor otimização e aproveitamento da força gerada por este praticante. A arte suave, portanto, se baseia em movimentos e transições realizados com o menor gasto energético e com a maior eficiência possível.

A realidade atual, em muitas academias, é bem diferente da vivenciada pelos lutadores mais antigos, pois muitos praticam o chamado Jiu-Jitsu esportivo, onde não são permitidos ou utilizados golpes considerados mais perigosos, como bate-estaca, socos e chutes. Sendo assim, são pequenas as chances de ocorrerem lesões por trauma direto, como alguns tipos de fraturas ou lesões corto-contusas. As lesões mais frequentemente associadas à prática do Jiu-Jitsu hoje são as musculares e as associadas a traumas torcionais, como as entorses e luxações sendo frequente o acometimento dos joelhos, ombros e mãos).

É importante salientar, no entanto, que quanto maior a graduação e conhecimento técnico dos atletas, maior a capacidade dos mesmos de evitar situações que possam aumentar as chances de contusões. Está justamente aí o “calcanhar de Aquiles” de muitos desportistas que estão fazendo a transição do Jiu-Jitsu para o MMA. Por maior que seja o nível técnico apresentado pelo atleta de Jiu-Jitsu esportivo, a maioria não está acostumada a treinar pensando em evitar socos, chutes ou joelhadas, técnicas estas muito presentes na artes marciais mistas.

Na prática médica diária, torna-se nítido o quanto esse despreparo é determinante para o aumento do número de lesões em lutadores de MMA. O pensamento de que o lutador de Jiu-Jitsu deve focar apenas no aprendizado de sua arte mãe até seria justificado se todos os atletas tivessem passado pela base do Jiu-Jitsu voltado para a defesa pessoal. Lesões como fraturas nas mãos, face e em diversas outras localizações são muito mais frequentes em atletas com pouco conhecimento de técnicas de defesa destes golpes mais traumáticos.

Mackenzie Dern, depois do título no ADCC, virou a carreira para o esporte de luvinhas, e hoje atua no UFC. Foto: Carlos Arthur Jr.

Alguns trabalhos científicos acabam mostrando isso, pois evidenciam que elas são mais frequentes nos atletas que perderam uma luta do que nos que sagraram-se vencedores. Isso nos faz concluir que uma maneira muito eficaz de prevenir contusões é preparar tecnicamente esses atletas nas lutas de trocação, aumentando as chances de sagrarem-se vencedores e sofrendo o mínimo de golpes possível. Ao migrarem para o MMA, aprendendo as técnicas básicas de ataque e defesa de esportes como o boxe, muay thai e karatê, há naturalmente um declínio na incidência de tais lesões.

Felizmente constatamos que nossos campeões da arte suave estão cada vez mais preocupados com esta aprendizagem, como é o caso recente dos multicampeões Rodolfo Vieira, Gabi Garcia, Mackenzie Dern e Marcus Buchecha, entre outros. Talvez o exemplo mais emblemático de transição adequada seja o do atleta meio-médio do UFC Demian Maia, que vem mostrando a eficácia da arte suave frente aos demais oponentes, praticando um Jiu-Jitsu quase puro, utilizando seus conhecimentos de boxe apenas para não se expor a golpes traumáticos e sofrendo mínimo dano.

Outra medida muito eficaz é a utilização de equipamentos de proteção durante os treinos de sparring, como luvas mais grossas (para treinos) e caneleiras, pois protegem o atleta e minimizam a ocorrência destas lesões. Não se pode deixar de falar também sobre a importância de o atleta contar com uma equipe multidisciplinar de saúde, composta por fisioterapeutas, nutricionistas e médicos, que trabalhe de forma integrada às academias e centros de treinamento, aos preparadores físicos e técnicos, pois esta sinergia comprovadamente está associada à redução na incidência e a um adequado tratamento das lesões. Bons treinos.

* Dr. Rickson Moraes é médico do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO),
ortopedista com atuação na área de Cirurgia do Ombro e Traumatologia Desportiva
e faixa-preta de Jiu-Jitsu pela Gracie Humaitá Iate/Team Moraes.

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