Mais do que em qualquer outra carreira, derrotas são muito comuns no esporte. Porém, se o atleta não souber aceitar essa falha, principalmente se for em uma competição importante, isto pode prejudicar seu desempenho futuro, abalar fortemente o seu emocional e até mesmo o resto de sua carreira. O psicólogo desportivo João Alexandre Borba defende a importância em se aprender lidar com a derrota na carreira de qualquer atleta.
“O atleta profissional, não só sofre com a exposição da fama, como também com a pressão da família, amigos e milhares de fãs ao redor do país e do mundo, para ganhar cada competição. Diferente dos artistas, que também sofrem do mesmo problema, há muito mais fanatismo e expectativas no esporte”, diz o especialista.
João Alexandre acrescenta que por esse motivo, o acompanhamento psicológico em atletas é de extrema importância, para que eles aprendam a lidar com essas questões. “A resiliência, que é um termo vindo da física para um objeto que sofre um ataque e consegue voltar à sua forma original, já virou adjetivo para as pessoas, principalmente no esporte. Ser resiliente e ter essa capacidade de aprender a se levantar e voltar para a força e potencial iniciais, é fundamental”, afirma.
O psicólogo dá cinco dicas de como aprender a lidar com as emoções e aceitar a derrota. Confira:
1. O atleta precisa responder uma pergunta essencial: O que é a derrota para mim? “Quando as pessoas perdem e falham, elas entendem e processam isso de maneiras diferentes, tem pensamentos diferentes e é um erro acreditar que é igual. É essencial que o atleta compreenda bem o que perder significa para ele”, comenta Borba.
2. Saber quais crenças o atleta tem sobre ele com aquela derrota. “Crenças são pensamentos confirmados. O atleta acredita que é um fracasso, que nada e morre na beira da praia e nunca consegue alcançar o que quer? Ou ele tem consciência de que a derrota faz parte do sucesso? O que ele pensa sobre si mesmo é de grande valia para poder realmente ser ajudado em momentos de superação”, afirma o especialista.
3. Análise de perfil. “A psicologia faz uma análise profunda para a descoberta do perfil do atleta. É importante que ele se conheça, para saber se é mais metódico, ousado, afetivo, ou seja, qual é a sua forma de praticar o esporte e também lidar com essa perda. Com isto descobrimos o que precisa ser trabalhado de acordo com cada personalidade”, argumenta.
4. Começar o acompanhamento psicológico o mais cedo possível.“É importante também que não se espere o momento da derrota para buscar ajuda psicológica. O atleta precisa de treinos mentais que, combinado com a hipnose clínica, traz ótimos resultados”, diz o psicólogo, que também é hipnólogo.
5. Mudar a rotina de treinos. “Mudar um exercício por outro ajuda o atleta a dar uma refrescada na mente. Após uma derrota, não se pode repetir o padrão de treino. Com a mudança, o profissional se sente mais fortalecido, como se estivesse mudando a estratégia. Isso ajuda demais”, conta João Alexandre.
O especialista conclui, dizendo: “O acompanhamento psicológico de atletas ajuda a trabalhar as crenças limitantes, que geralmente são desenvolvidas ainda quando criança, como certos traumas e a também despertar em paralelo as estimuladoras, que realmente são as que motivam e levam o atleta para onde ele deseja chegar”, finaliza.
(Fonte: Assessoria de Imprensa)
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