O carioca Jackson Sousa foi o dono da marrom no último Brasileiro de Jiu-Jitsu Sem Kimono, realizado no dia 27 de outubro, no Tijuca Tênis Clube.
O peso pesado da CheckMat falou com o GRACIEMAG.com sobre os dois ouros que levou para casa, comentou o duelo contra Paulo Miyao e elogiou Keenan Cornelius, o melhor marrom do mundo sem kimono, conforme o aluno de Lloyd Irvin mostrou, no domingo em Long Beach.
GRACIEMAG: De onde surgiu Jackson Sousa? Você só treina Jiu-Jitsu, trabalha também?
JACKSON SOUSA: Eu praticamente sempre treinei Jiu-Jitsu, arte que comecei a praticar aos 10 anos. Aos 13 anos comecei a trabalhar também: encontrei um trabalho na ladeira da minha comunidade, no Cantagalo, e comecei numa oficina de carro e lanternagem. Lá eu aprendi a preparar um carro, fazia polimento, limpeza, acabamentos e outras coisas. Mas nunca parei com o Jiu-Jitsu. Também trabalhei três anos no Ministério Público do Rio, como bolsista da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), entregando processos ali na Rua da Carioca. Agora praticamente só trabalho com o Jiu-Jitsu, sou professor auxiliar do meu mestre Ricardinho Vieira e dou aulas no CT Champions Factory.
Como foi a trajetória do ouro na categoria peso pesado no Brasileiro Sem Kimono?
JACKSON SOUSA: Na minha categoria não foi nada fácil. Consegui uma finalização na primeira luta, a segunda foi duríssima, mas consegui colocar meu ritmo e ficar o tempo todo na frente do placar, e fiquei com a vitória nos pontos.
E no absoluto, teve a batalha contra Paulo Miyao, na semifinal… Treinou muito para desatar o berimbolo?
Eu não treinei especificamente nenhuma defesa, mas procuro trabalhar minha postura de passagem de guarda diariamente nos treinos, e assim evito a entrada do meu oponente no berimbolo. A minha estratégia é sempre colocar meu ritmo e o meu jogo em prática, independentemente do meu adversário. Fico sempre atento à minha postura por cima, e acho que isso pode ter dificultado para ele. No finzinho, consegui entrar numa chave de pé reta e não finalizei, mas consegui ganhar a vantagem que me rendeu a vitória.
Na final do absoluto você acabou enfrentando um amigo, o Rodrigo Aquiles, e se emocionou muito. O que sentiu ali?
Lutar uma final de absoluto com um amigo da mesma comunidade foi uma sensação bem diferente e emocionante, né. Sabemos bem separar o que acontece dentro e fora do tatame, e quero ver o Aquiles sempre nas finais, seja comigo ou contra outros oponentes. Então foi aquilo, somos profissionais, no final do evento fomos embora juntos. Na hora rolou a emoção, mas no final chegamos ao morro do Cantagalo juntos, nos divertindo e levando as medalhas para o pessoal ver.
Como são seus treinos diários?
Sou determinado e treino todos os dias. Treino duas vezes por dia de kimono, com ritmo de competição sempre. Graças a Deus tenho muitos amigos dentro da academia, que me ajudam e motivam, e fazem sparring comigo. Faço posições todos os dias, com grande número de repetições. Também faço a preparação física três vezes por semana, com os preparadores Henri Ribeiro e Leco Cardilo, no Studio Fun Training, em Ipanema. Estou sempre buscando melhorar minhas exibições. É aquela dica: o melhor treino de Jiu-Jitsu do dia é quando estamos cansados.
Keenan Cornelius venceu agora o Mundial Sem Kimono na marrom, e já se fala da luta dele contra Felipe Preguiça ou outro faixa-marrom na Copa Pódio, em abril. O que acha do estilo dele?
O Cornelius é um atleta bom, tem um Jiu-Jitsu diferente. Mas não vejo problema para enfrentá-lo. Ele está ganhando algumas competições e está de parabéns. Já o conheci aqui no Brasil, ele apareceu na academia do meu mestre, mas não treinamos. Fico feliz pelo meu nome estar sendo cogitado para lutar com ele, aqui no GRACIEMAG e no Facebook, e a galera fica dando aquela força. Eu estarei sempre preparado e focado.
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