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Caio Terra explica por que o Jiu-Jitsu não deve ser “uma guerra”

Caio Terra encaixou um mata-leão relâmpago para vencer a final dos galos. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG

Caio Terra encaixou um mata-leão relâmpago para vencer a final dos galos. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG

GRACIEMAG: Você foi o primeiro penta mundial sem kimono. Mas nas primeiras vezes veio de pluma, e agora baixou para o galo. O que rolou?

CAIO TERRA: Foi uma experiência que fiz com meu corpo. Eu conheço bem meu organismo e sabia que poderia baixar bastante sem sofrer, e acabou que pesei 54kg, dois a menos do que eu precisava para bater o peso-galo. E não estava com sede nem fome! Eu até achei que podia ter ficado meio desidratado, mas deu tudo certo. Eu não tenho pretensões em voltar a bater este peso, mas achei interessante descobrir que posso chegar a 54kg tranquilo, com a mesma agilidade.

A meia-guarda tem sido uma arma perigosa, e você quando ficou por cima pareceu ignorá-la, tanto na final como na semifinal…

Geralmente a meia-guarda, especialmente a “deep half-guard” tem favorecido o lutador que está por baixo. Mas não é uma posição que me assusta. Estudo bastante as posições em geral no Jiu-Jitsu, não só essa, e com isso meu corpo já está acostumado a entender as reações do meu oponente e defender os múltiplos ataques. E, como eu estava treinando para encarar o Jeff Glover no mês anterior, eu estava bem rápido nos movimentos por cima da meia-guarda.

Você pareceu bem relaxado no Mundial Sem Kimono 2012, antes, depois e especialmente durante os dois combates…

Acho que muitos competidores de Jiu-Jitsu hoje se intitulam “lutadores” e acreditam nisso. Muita gente vai para o campeonato como se fosse para uma guerra, fazem toda a força do mundo e acabam não aprendendo nada. Alguns saem da batalha vitoriosos e outros derrotados. Nada contra isso, mas não vou lá para matar ninguém nem sobreviver. Quero fazer Jiu-Jitsu para o resto da minha vida, adoro treinar e não treino me matando porque assim vou acabar por me aposentar daqui a cinco, dez anos.

Isso é algo que você acaba passando para os alunos, certo?

Sim, o Jiu-Jitsu ainda não é profissional o bastante pra vivermos apenas de campeonatos. Prefiro então mostrar que com a técnica se conquista tudo. Tenho de servir de exemplo para os meus alunos e quero dar o exemplo correto, principalmente para as crianças, pois hoje se treina Jiu-Jitsu cada vez mais cedo.

E a final com o Fabbio Passos (Alliance0, como você analisa?

O Fabbio é um excelente atleta e se defende muito bem, talvez ele tenha entrado um pouco frio, o que acabou me dando a oportunidade de pegar as costas dele rápido. Acho que isso foi coincidência ou sorte minha.

http://www.youtube.com/watch?v=DkOsEOazGKM

Como você divide o seu tempo entre atleta e treinador de Jiu-Jitsu do Carlos Condit, que enfrenta agora o GSP no UFC 154?

Tive a grande ajuda do Itallo Vilardo, hoje provavelmente o preparador físico mais qualificado na área do Jiu-Jitsu. Ele não apenas me deixa em forma como me ajuda na hora de perder peso. Na verdade, Jiu-Jitsu eu só treinei mesmo na semana do campeonato. Fiz bastante trabalho aeróbico no meu aparelho Versa Climber e meu gás estava excelente, melhor do que em qualquer campeonato que lutei nos últimos anos. Ah, o único porém foi que perdi a hora e não consegui me registrar no absoluto. Na próxima eu apareço.

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