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Brasileiro de Jiu-Jitsu: Nivaldo Oliveira brilha mais entre tantos astros

O Brasileiro de Jiu-Jitsu foi um termômetro do que veremos a partir do fim deste mês, quando tem início o Mundial 2012, na Califórnia. As áreas de luta do Grajaú Country Club contaram com a presença de muitos dos maiores campeões brasileiros, mas, além disso, de atletas de todo o mundo, alguns deles vitoriosos, uma amostra de que a arte suave está cada vez mais globalizada. Foi um Brasileirão como há muito não se via, com atuais campeões do Europeu, Pan e Mundial nas disputas. Leonardo Leite, que acabou freado por Thiago Gaia, e Rômulo Barral, que ficou com duas medalhas de bronze, também apareceram para competir. Nas arquibancadas Fábio Gurgel, Léo Vieira, Ramon Lemos, Rodrigo Cavaca e André Marola representavam a tradição de algumas das grandes equipes inscritas.

Glamour, grandes lutas, surpresas, rivalidade, polêmica… Teve tudo isso e, nesta fórmula explosiva e emocionante, quem se coroou foi Nivaldo Oliveira, o mais novo rei do Brasileirão. Diante de tantos favoritos, o Nil da CheckMat passou ileso e faturou as medalhas de ouro na categoria e no absoluto. Nivaldo, que vem há algum tempo conquistando bons resultados, chega com força para o Mundial.

Nivaldo contra Willian no meio-pesado. Foto: Carlos Ozório

A campanha começou no sábado, quando Nil se garantiu na final do absoluto. No peso meio-pesado, no domingo, o faixa-preta fez quatro lutas, tendo enfrentado pedreiras como Yan Cabral (desclassificação) e Rômulo Barral (vantagens). Na decisão, Nivaldo não teve moleza contra Willian Martins, que vencia o combate por 4 a 2 (raspadas) até o oitavo minuto, quando foi surpreendido por uma justa leglock. Na final do absoluto, não precisou enfrentar o companheiro de time Antonio Carlos Cara de Sapato, e ficou com o segundo ouro.

Galinho guerreiro

A primeira final do domingo foi por volta das 16h20min. Neste mesmo momento, há poucos quilômetros dali, Botafogo e Fluminense definiam o Campeonato Carioca de Futebol e, um pouco mais tarde, Santos e Guarani fariam o mesmo pelo Paulista. Mas, no Grajaú Country e em diversas partes do Brasil, acompanhando pelo Twitter, as atenções estavam voltadas ao Jiu-Jitsu. Igor dos Santos (CheckMat) e Felipe Costa deram início às pelejas. Igor tratou de raspar e, quando Felipe tentava se recuperar, atacou de forma certeira o joelho com uma leglock.

“Venho de Búzios para treinar com o Ricardinho Vieira. Lá, dou aula num projeto para 120 pessoas. Entro no ônibus e venho na batalha mesmo treinar aqui no Rio”, comentou o emocionado Igor, que fez três combates ao todo.

Quem é Tiaguinho?

Não sabe? É o José Tiago, mais um dos alunos destemidos de Cícero Costha. Ele vinha batendo na trave, mas chegou ao título brasileiro, no peso pluma, de forma triunfal. Finalizou as primeiras três lutas que fez – mão de vaca, leglock e estrangulamento das costas – e a final também, diante do favorito Ary Farias. Contra Aryzinho, deu blitz desde o início. Passou a guarda, pegou as costas e apertou com um estrangulamento.

“Havia perdido para o Ary na final em 2008, quando éramos faixa-roxa. Também fiquei em segundo na faixa-marrom. Agora consegui ser campeão”, festejou Tiago.

A vez de Saggioro

No ano passado, Leonardo Saggioro foi parado na final, por Bruno Frazatto. Desta vez o aluno de Ricardo Marques, professor que já formou faixas-pretas como Bernardo Faria, garantiu o primeiro posto. Para isso, Cascão, como é conhecido, finalizou os quatro oponentes que teve pela frente, três vezes com o triângulo e outro com um estrangulamento das costas. O triângulo foi o golpe usado nos primeiros minutos da final, contra David Lemes. Da arquibancada, o algoz do ano passado observava a tudo. Uma gripe afastou Bruno Frazatto da competição, mas o reencontro com Saggioro pode acontecer no Mundial. Promessa de boa luta.

Deu Lo de novo

Campeão em 2012, Leandro Lo subiu novamente ao topo do pódio no peso leve e outra vez a final foi contra Michael Langhi. A decisão foi parelha, Lo raspou no início e segurou as raspagens de Langhi para garantir o 2 a 0 no placar. Antes disso, para chegar a final, aplicou um estrangulamento das costas e uma chave americana da imobilização. Leandrinho é mais um representante de Cícero Costha com o ouro no Brasileiro e, tendo também vencido no Pan deste ano, aparece com força para o Mundial.

Vitória perfeita

Murilo Santana não é um cara de muitas palavras, mas isso não quer dizer que não tem poder de fogo. Neste domingo, finalizou todas as lutas. “Foram cinco ou quatro, não me lembro, não sei nem o que fiz direito, ainda estou muito na adrenalina.”

A final foi contra Gabriel Rollo, da Alliance, e o representante da Barbosa JJ definiu com um armlock, quando o combate seguia empatado em 2 a 2. Murilo começou perdendo, mas não se afobou, encaixou o jogo e garantiu o título.

Ceconi no pesado

Alexandro Ceconi primeiro finalizou com um estrangulamento da lateral, depois atacou novamente pelo pescoço e na semifinal, contra Antonio Ricardo, viu o oponente se contundir e abandonar. Na luta decisiva, teve pela frente o duro Paulo Tarcisio (CeckMat), que havia sido finalista do ano anterior. Após uma disputa truncada em pé, Ceconi colocou pressão no chão. Chegou do lado e fez 2 a 0 no placar com um joelho na barriga.

Dobradinha da Alliance

O superpesado foi dominado por Léo Nogueira e Bernardo Faria. Bernardo bateu dois oponentes por finalização, com um estrangulamento pelas costas e depois com uma leglock. Mas o ouro ficou com Léo Nogueira, atual campeão mundial e vencedor do brasileiro 2011 no peso e no absoluto. Nogueira finalizou a primeira com uma mão de vaca da imobilização e depois passou pelo campeão peso e absoluto do Pan Cara de Sapato.

“Fiz a vantagem e passei no fim, mas acho que não deu tempo de computar”, contou. “Vi os palpites do GRACIEMAG.com para o evento e eu não fui escolhido. Isso me deu ainda mais vontade de vencer”, brincou Léo.

Dinamarquês no Brasileirão

Depois de vencer tudo nas graduações intermediárias, Alexander Trans já vem fazendo estrago na faixa-preta. Venceu no Europeu de Jiu-Jitsu desta temporada e reeditou a final de Lisboa no Rio de Janeiro, contra Thiago Gaia (Nova União). Thiago, aliás, protagonizou uma das grandes lutas do dia, tendo derrotado Leonardo Leite. A final foi parelha, empatada nas vantagens até os segundos finais, quando o europeu Trans conseguiu mais uma vantagem.

“Fiz a primeira luta contra o Vitor Hugo, um atleta muito duro e venci nas vantagens. Depois tive o Antonio Peinado e consegui raspar e passar a guarda”, contou.

Lutas quentes entre as meninas

Michelle Nicolini (CheckMat) proporcionou alguns dos grandes momentos. Acabou batida por Talita Treta (Ryan Gracie) no pesado, numa das melhores e mais emocionantes lutas do dia. Treta derrubou duas vezes, Michelle raspou duas e, nos últimos minutos, Treta raspou para garantir o triunfo por 6 a 4.

Na decisão do absoluto, Michelle teve Fernanda Mazelli (Striker) pela frente e foi melhor por 7 a 2.

No pluma, Bruna do Nascimento raspou duas vezes e depois finalizou Bibiana Silva com um armlock. No pena, Marina Ribeiro (CheckMat) raspou e depois finalizou Michelle Tavares (Gracie Humaitá) com um triângulo. Luiza Monteiro raspou Barbara Gomes e depois finalizou com uma leglock no leve. No meio-pesado, Fernanda Mazelli quedou Erika Correia (Brazilian Fight).

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