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Artigo: Proteja-se dos males invisíveis

Mestre Rorion Gracie sempre exigente com a higiene dos seus kimonos. Foto: Gustavo Aragão

Por: Antonino Eduardo Neto*

* Artigo publicado originalmente nas páginas da GRACIEMAG #248 . Para mais conteúdos exclusivos com o melhor do Jiu-Jitsu mundial, assine a revista mais tradicional do esporte em formato digital *

Por que treinamos Jiu-Jitsu? Muitas serão as respostas: para aprendermos a nos defender, para melhorar a autoconfiança, para satisfação pessoal, para competir. Entretanto, o pano de fundo da prática esportiva e item comum a todas as motivações para se exercitar está relacionado à saúde do organismo.

Praticamos esportes em busca de saúde, do corpo perfeito e dos demais benefícios relacionados ao Jiu-Jitsu. Porém, é preciso observar algumas boas práticas de higiene para que o espaço dedicado à saúde não se transforme num local que nos ofereça nenhum tipo de perigo, em especial os que não vemos a olho nu. A seguir, dez medidas preventivas para você esbanjar saúde nos tatames.

1. Manter o kimono limpo não é apenas uma questão de apresentação. Há bactérias resistentes que se multiplicam nos kimonos mal lavados. Lave o seu kimono após todo treino, e mantenha secando em lugar arejado, de preferência com alguma luz do sol (mas lembre-se: se você deixar sua armadura sob o sol todos os dias, o kimono vai perder a cor.)

2. Unhas cortadas sempre: no Jiu-Jitsu como em outros esportes de contato, é frequente o contato das unhas com a pele. Mantenha suas unhas limpas e bem cortadas para não ferir nem passar sujeira para seus amigos de academia.

3. Pouco adianta você lavar bem o kimono e não cuidar de seu próprio asseio. Tome seu banho e mantenha a higiene sempre, antes e depois da prática de artes marciais.

4. Lembre-se que o indivíduo contagia e influencia o ambiente à sua volta, ainda mais quando o indivíduo é o faixa-preta: se você prezar pelo seu kimono, o resto da equipe vai segui-lo. Trajar kimonos rasgados e sujos, por outro lado, vai atrair colegas com os trajes mal cuidados também.

5. Quem já não foi derrotado, antes mesmo do treino começar, por aquele kimono fedido ou por aquele bafo de afugentar satanás? Procure evitar e recusar os rolas com estes tipos, tentando orientar com relação aos riscos envolvidos.

6. O aluno deve procurar observar o ambiente onde treina. As condições gerais de higiene da academia, as dependências como banheiros e vestiários e as condições de limpeza do tatame, sem deixar de reparar até mesmo na indumentária e nas práticas de higiene dos mestres e instrutores.

7. Fuja também dos males visíveis: jamais vá treinar se você estiver com ferimentos na pele, nem role com um colega que tenha algum ferimento aberto.

8. Em caso de orelha inchada, evite a drenagem com material não esterilizado ou sem uso de luvas. Jamais compartilhe seringas usadas para este fim.

9. Lembre-se da necessidade de exames médicos anuais, mesmo para os mais jovens. Afinal, a prevenção é sempre mais valiosa e menos custosa para conquistarmos uma saúde perfeita.

10. Concluo com um ensinamento de Bruce Lee, que não era médico mas sabia das coisas: “O que você sabe não tem valor; o valor está no que você faz com o que sabe”. Treine com sabedoria, sempre em mente que boas práticas de saúde e higiene são demonstrações de respeito ao oponente e de ética no esporte. Oss!

* Antonino Eduardo Neto é chefe do serviço de terapia intensiva do Hospital Badim – Rede D’or São Luiz, no Rio de Janeiro, e faixa-marrom da academia Rosado. 

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