Amante da natureza, grande mestre Armando Wriedt só deixa sua chácara a 20 quilômetros do centro do Distrito Federal, em Brasília, onde tem seu dojô, por um bom motivo.
Se não houver uma cerimônia especial ou um convite expresso do aluno Ataíde Junior, por exemplo, o professor de 90 anos prefere ficar cercado pela natureza, ouvindo as aves ao redor e estudando Jiu-Jitsu, que ainda ensina a jovens interessados em saber como se defender com suavidade – ou seja, a partir de técnicas que até um senhor de 90 anos é capaz de executar.
Certa vez, um aluno resolveu perguntar se sua faixa um dia ia mudar de cor, pois aquele azul já estava mais do que desbotado. A resposta de mestre Armando foi arrebatadora: “Meu filho, você vem aqui atrás de faixa ou conhecimento?”.
GRACIEMAG é um veículo que busca essencialmente o conhecimento, e por isso foi ouvir as lições do mestre, entrevistado do mês na sua revista de Jiu-Jitsu favorita, já nas bancas de todo o Brasil. Valeu a pena, e nossa equipe, ao concluir a missão, descobriu por que o mestre, um dos pioneiros do vale-tudo, hoje detesta assistir ao UFC.
A entrevista completa está na GRACIEMAG #215. Confira um pequeno aperitivo a seguir e corra para garantir a sua com seu jornaleiro.
GRACIEMAG: Você vê a graduação dos alunos como um termômetro secundário nas artes marciais em geral?
ARMANDO WRIEDT: A graduação é importante para o ego do praticante. Mas não é tão importante quanto o conhecimento do Jiu-Jitsu, isto é, a defesa pessoal e a parte de luta esportiva, usada nas competições.
Qual foi o dia mais feliz da sua vida no Jiu-Jitsu?
O dia mais feliz na minha carreira foi aquele em que recebi o convite de Helio Gracie para integrar aquela família, aquele grupo de professores que estava sendo formado para ministrar as aulas na então futura academia Gracie da avenida Rio Branco, número 151, 17º andar, no Rio de Janeiro.
Como você conheceu o professor Helio Gracie?
Esse dia também me marcou muito. Conheci Helio Gracie numa partida de basquete em Teresópolis. Ele estava na torcida, e ficou impressionado com a minha maneira de atuar. Comentou que eu era incansável, corria a quadra toda sem perder o fôlego. Fomos apresentados no intervalo do jogo, e eu jamais tinha ouvido falar de Jiu-Jitsu. Saímos para montar a cavalo, conversar e fiquei assim amigo do famoso e campeoníssimo Helio Gracie.
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