A edição #240 de GRACIEMAG, nas melhores bancas do Brasil, recorda no Editorial uma troca de informações preciosa entre dois mitos do esporte nacional: Bernardinho Rezende, técnico de vôlei bicampeão olímpico, e o mestre de Jiu-Jitsu Rickson Gracie, lutador invicto no vale-tudo.
Cerca de 15 anos atrás, convidamos o técnico de vôlei Bernardinho para fazer algumas perguntas ao ídolo do Jiu-Jitsu Rickson Gracie, nas páginas de GRACIEMAG. Nossa ideia era sabatinar o “samurai” com questões levantadas por figuras ilustres do esporte brasileiro. Bernardinho começou assim:
“Rickson, quais as características que diferenciam um bom lutador de um supercampeão, como é o seu caso?”
“Acredito que essa diferença exista num campo quase invisível”, respondeu Rickson. “O campeão conseguiu chegar lá porque é talentoso e recebeu boa orientação. Mas o supercampeão passa desse ponto e faz ajustes e adaptações sem ter orientações, mas que dão certo. Ele passa a ser criativo e improvisador”.
Bernardinho então emendou outra pergunta: “Como você acredita ter desenvolvido esse espírito guerreiro ao longo de sua formação e como resistiu às pressões?”
“O guerreiro está sempre preocupado com a conquista, seja de um território, de uma medalha, ou de um desafio qualquer. Ele prima por tentar vencer qualquer adversário. E isso você só desenvolve ao se confrontar sempre com mais desafios”, refletiu Rickson. “Alcançada a vitória, ela deve passar a não ter nenhum significado.”
O Gracie prosseguiu: “Não conseguindo a vitória, é você quem deve se reestruturar para que ela seja atingida na próxima vez. Essa constante luta, sem se deter nas conquistas, esse espírito de guerra passa então a fazer parte de qualquer aspecto da sua vida, não somente no tatame. É o desejo que você tem de estar num ponto mais alto do que estava ontem, um instinto que nasce com cada um. Quanto mais você treina e melhor você é, mais confiante fica para dar o próximo passo. Mas a pressão de ter de vencer poderia explodir qualquer um. O que pode ser feito, portanto, com a dedicação de grande parte da mente e do espírito, é se entregar a uma força superior: faça simplesmente o máximo que puder, mas saiba que o resultado final não depende apenas de você. É com isso que tiro a pressão do meu cotidiano. Só vou fazer o que for possível, o que não for possível já está resolvido. Qualquer que seja o resultado eu vou voltar para casa satisfeito”.
Ser criativo e improvisador. Saber se blindar à pressão e encontrar o máximo de autoconfiança para enfrentar os desafios. É muito provável que todos esses elementos juntos, além da técnica espetacular, tenham ajudado Rickson a participar de forma 100% vitoriosa da história do vale-tudo, modalidade que hoje conhecemos como MMA. Uma saga incrível, contada por nossa equipe nesta edição.
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