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Baú do Pan de Jiu-Jitsu: em 1996, Rigan Machado, Roleta, Jamelão e outros duelos para a história

Rigan passando a guarda de Roleta. Foto: Arquivo de Rigan Machado

Rigan Machado passando a guarda de Roleta. Foto: Arquivo de Rigan Machado

O Pan de Jiu-Jitsu da IBJJF nasceu em 1994, mas foi em 1996 que ele virou história, quando a imprensa de fato o cobriu e foram feitos os primeiros registros para o futuro.

Foram batalhas incríveis entre alguns dos lutadores mais cascas-grossas daquela época. Até nas divisões de faixas coloridas, ali estavam nomes que deixariam sua marca para sempre no Jiu-Jitsu de competição.

Como exemplo, lá estavam Robson Moura e Vitor Shaolin, na faixa-marrom, quando ganharam a divisão de plumas e penas, respectivamente. Outro notável era Amal Easton, hoje líder da Easton BJJ, no Colorado, que na época era um faixa-azul de 26 anos.

Uma reportagem de GRACIEMAG sobre o Pan de 1996. Foto: Arquivos GRACIEMAG

Uma reportagem de GRACIEMAG sobre o Pan de 1996. Foto: Arquivos GRACIEMAG

“Lembro que a pesagem demorou umas seis horas, foi algo brutal. Então, eu esperei desde as 8 da manhã, já que não havia o horário certo de entrar, ai eu sentei lá e esperei o dia todo até chamarem o meu nome”, conta Amal.

“Minha primeira luta foi no final da tarde apenas, e a última lá pra meia-noite, contra Rolles Gracie. Eu acho que eu finalizei umas três lutas antes da final. Eu achei que a final seria no dia seguinte, então eu já estava saindo quando eu encontrei o Carlinhos (Carlos Gracie Jr.) e ele me perguntou se eu não ia lutar a final. Coloquei meu kimono de novo e voltei para lutar.

“Acho que ele estava com 17 ou 18 anos na época e eu cheguei a treinar com ele antes, em Florianópolis, quando estive lá com Rilion Gracie. Todos os caras que eu considerava meus professores estavam torcendo para o Rolles. Eu tinha apenas o Carlos Machado do meu lado. Nunca vou me esquecer dele por aquele dia.

“Foi uma batalha muito acirrada, com Rolles tendo a vantagem o tempo todo. Fiquei preso por baixo, na meia-guarda, e ele passou ou quase passou a luta toda. Eu fiquei feliz com o combate”, recorda o professor.

Pódio do meio-pesado azul: Amal, Rolles e Max Araujo. Foto: Arquivos de Rolles Gracie

Pódio do meio-pesado azul: Amal, Rolles e Max Araujo. Foto: Arquivos de Rolles Gracie

Marcio Feitosa, recém promovido a faixa-preta em 1996, teve a chance de dar um troco particular na divisão de pesos leves. Em 1995, Feitosa havia sido derrotado por Bob Bass, aluno de Joe Moreira, e esta tinha sido sua primeira derrota desde a faixa-amarela. Em 1996, Marcinho conseguiu fazer do seu jeito, como ele conta:

“As chaves estavam muito duras. Minha luta com Bass foi bem no início e consegui lutar com o que ele tinha de melhor. Depois disso, enfrentei Renato Barreto na final. Foi uma luta complicada, como sempre. Ele é um guardeiro muito flexível. No final, tudo correu bem e eu fiquei em primeiro lugar”.

Outro grande duelo ocorrido em 1996, em Los Angeles, foi na final do meio-médio faixa-preta, entre Roberto Roleta e Saulo Ribeiro.

Essa foi a segunda de três memoráveis batalhas entre eles. Desta vez, Roleta ficou por cima na maior parte do tempo e saiu vitorioso na decisão do árbitro Joe Moreira.

Porém, o grande nome do evento foi Rigan Machado. Hoje líder de uma grande rede de academias, com associações por todo o mundo, Rigan estava apenas começando sua vida nos EUA no ano de 1996. Ele nos contou como fez para chegar ao topo do absoluto faixa-preta, com destaque para a batalha contra Roleta:

“Eu queria ir para o Brasil competir no Mundial, mas estava no meio do processo de imigração e não pude deixar os  EUA. O Carlinhos (Gracie Jr) disse para eu não me preocupar, porque teríamos alguns nomes de peso no Pan. Eu estava trabalhando muito na época e tive apenas duas semanas para treinar, por isso optei em atuar com muita estratégia. Lembro muito bem da luta com o Roleta. Era o oponente que mais me preocupava. Ele era conhecido por ter uma guarda perigosa, e sabia que se eu deixasse ele fazer as pegadas para a guarda-aranha eu estaria enrascado. Por outro lado, reparei que ele tinha uma brecha na guarda que eu poderia explorar. Decidi misturar um pouco de wrestling no início do combate, e com isso consegui arrancar três pontos ao chegar do lado. Depois fui trabalhando no erro dele para garantir a vitória. Gosto de competir assim, com menos força e mais estratégia”, rememora Rigan.

Depois de vencer Roleta, Machado ainda tinha a final, contra Eduardo “Jamelão” Conceição:

“Contra o Jamelão foi mais na pressão. Pressionei para passar e montar, mas não tive tempo de finalizar.”

Depois dessas histórias, estamos certo de que você ficou com aquela gana de competir.

Então, não perca tempo e faça sua inscrição no Pan de 2014, que ocorre entre os dias 14 e 16 de março.

Visite IBJJF.com e inscreva-se até o dia 3 de março.

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