Exímio grappler no MMA, com 12 vitórias na carreira sendo 10 por finalização, Vinny Magalhães está pronto para seu retorno aos cages após um longo período afastado.
O dia 17 de outubro é a data marcada para o WSOF 24, a ser realizado em Connecticut, EUA, evento no qual Vinny encara Matt Hamill. Os dois atletas já estiveram marcados para se enfrentar em abril deste ano, mas problemas contratuais de Vinny e sua antiga organização, o Titan FC, atrasaram o combate.
Com as pendências devidamente resolvidas, está tudo pronto para o duelo entre eles, no card principal do evento que tem na luta principal o duelo entre Yushin Okami e Jon Fitch.
Conversamos com o feroz faixa-preta, que tem no currículo do Jiu-Jitsu vitórias sobre os campeões do UFC Fabrício Werdum e Chris Weidman, sobre sua estrategia para o combate, sua preparação, e ainda sobre um possível retorno ao UFC, mas Vinny foi enfático:
“Estou com um contrato longo com o WSOF, com valores iguais e até melhores que de muitos lutadores do UFC. Quando entrei no UFC o evento tinha um prestígio imenso, e era dificílimo entrar direto. Hoje em dia, tem muito cara entrando com cinco ou seis lutas só para atrair público local. Então como o evento está perdendo seu prestígio, o negócio é lutar onde o dinheiro está”, disparou.
Confira o papo completo com a fera!
GRACIEMAG: Reta final para o duelo com o Matt Hamill no WSOF. Mesmo depois de tantos anos competindo, ainda dá um frio na barriga?
Vinny Magalhães: A luta de abril seria no main event, essa será parte do card principal, mas é lógico que a ansiedade rola. Afinal, depois de tanto tempo de treino dedicado a luta, você sempre fica na expectativa de lutar e colocar todo aquele trabalho em pratica. Mas também já não é mais o mesmo tipo de adrenalina do início da carreira, é algo diferente.
O que você fez de diferente pra essa luta? Mudou algum treino, dieta, preparação?
A tendência que todo mundo tente melhorar algo a cada luta. Eu continuo treinando com a mesma equipe, de companheiros de treino ao preparador físico e os treinadores. Desta vez adicionei uma suplementação e dieta mais regrada. chego até a estar mais leve para essa luta do que nas minhas ultimas lutas, o que acredito que seja uma vantagem, pois vai me dar mais velocidade e resistência caso a luta vá para os rounds finais.
Como você vê o estilo de luta do Matt Hamill? Você acha que encaixa no seu jogo?
Acredito que todo lutador aceita uma luta por achar que casa com o jogo dele, então a resposta seria que sim. Porém ele já não luta há dois anos, e muitos podem ver isso como problema. A real é que isso pode ser uma diferença boa, pois existe o fator surpresa. Vai que ele melhorou e está vindo com outro estilo? Mas o mesmo pode se dizer de mim, pois também já não luto há um ano.
E como lidar com a “ferrugem” de estar sem lutar desde setembro do ano passado?
Como disse anteriormente, pode ser ruim por um lado, mas pode ser bom por outro, pois não é que eu estava parado sem fazer nada nesse período. Enquanto não pude lutar por problemas de contrato, eu continuei treinando e trabalhando áreas do meu jogo que precisavam melhorar. Ou seja, essa ferrugem só existe pros preguiçosos!
Sua última casa foi o Titan FC, evento no qual você foi campeão e teve alguns problemas judiciais. qual foi o saldo do impasse?
Infelizmente não posso entrar em detalhes do que aconteceu entre eu e o Titan, mas no final das contas eu estou lutando onde eu disse que iria lutar quando o problema rolou, então acho que tudo deu certo, né?
Falando sobre o Vinny nos torneio de grappling, Toda essa ação fora do MMA te ajuda a afiar seu jogo de solo pra hora do cage? Qual a vantagem que você vê nesse aspecto?
O lance de competir nos torneios de grappling esse ano foi mais pra sentir aquela adrenalina de luta mesmo, pra não ficar parado e manter o ritmo dos treinos sempre com foco em alguma coisa. Acho que da uma certa vantagem se comparar com caras que só lutam mma uma ou duas vezes no ano e não competem em mais nada. Porém Jiu-Jitsu de pano, sem pano e MMA são três coisas completamente diferentes.
Das suas 12 vitórias, dez foram no chão. Você é um dos poucos atleta do Jiu-Jitsu que migraram para o MMA sem perder quase nada da essência no solo. É algo natural ou você coloca na sua cabeça que vai levar o Jiu-Jitsu sempre como carro-chefe?
Eu acho que o atleta tem que melhorar sim nas áreas em que não seja especialista, tem que tentar aprimorar outras tecnicas e tal, mas sem esquecer suas raízes. Eu melhorei muito nos outros aspectos, porém minha confiança no meu jogo de chão e tão grande que eu sempre vou colocar o meu foco em levar a luta para a minha área, não importa o adversário.
E sobre o UFC. Como o Vinny coloca a organização nos planos? ainda tem a ambição de voltar ou não?
Não faço planos em relação ao UFC no momento. Estou com um contrato longo com o WSOF, com valores iguais e até melhores que de muitos lutadores do UFC, então não vejo o porque fazer planos para voltar. Porém nunca se sabe o que vai acontecer mais pra frente, uma vez que meu contrato com o WSOF se encerre.
Quando entrei no UFC pela primeira vez eu tinha 23 anos, o evento tinha um prestígio imenso, e era dificílimo entrar direto(o TUF era o caminho teoricamente mais fácil). Hoje em dia, tem muito cara entrando com cinco ou seis lutas só para atrair público local. Então como o evento está perdendo seu prestígio, o negócio é lutar onde o dinheiro está. Estou feliz com meu atual contrato, então a tendência é que as coisas só melhorem daqui pra frente.
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