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Trans e a luta com o colega Cavaca: “Seria estranho se não lutássemos”

Alex Trans faz postura para abrir a guarda de Lúcio Lagarto. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG

O faixa-preta Alexander Trans sempre foi uma força no Europeu da IBJJF em Lisboa, capital de Portugal. Desde 2010 ele acumula seis medalhas de ouro, em três faixas diferentes.

Natural de Copenhague, capital da Dinamarca, Trans hoje viaja pelo mundo para treinar e competir pela CheckMat. No Europeu 2013, realizado no fim de janeiro, o trator dinamarquês brilhou mais uma vez. Na sua categoria, a pesadíssimo, ele venceu Leonardo Nogueira e Rodrigo Cavaca para ficar com o ouro. No absoluto, passou por Lucio Lagarto e outras feras, e ficou com a medalha de bronze.

A repórter Erin Herle, do GRACIEMAG.com, bateu um papo com o campeão. Confira:

GRACIEMAG: Você teve duas lutas contra Léo Nogueira, em Lisboa. Na primeira, no absoluto, ele venceu. Na segunda, você passou a guarda dele. O que mudou de uma para outra?

ALEXANDER TRANS: De fato as lutas foram muitos diferentes. Quando eu lutei com ele no absoluto, acontece que eu estava completamente exausto. Não comi bem durante o dia, e as lutas começaram muito mais tarde do que eu esperava. Depois da minha luta com o Lagarto, que foi muito difícil, eu já não tinha nenhuma energia e estava muito tonto. Mais isso é culpa minha, e minha própria responsabilidade, isso não é uma desculpa de jeito nenhum. É apenas minha reflexão sobre o que aconteceu. Ele foi muito bem e me caçou desde o início na luta. Mas enfim, eu só gostaria de ter tido um desempenho melhor, porque não era eu ali no absoluto.

Já na semifinal do peso, você venceu. Segundo Léo, ele dominou a luta e você só precisou lutar o último minuto para vencer… Concorda?

Não sei se concordo. Ficar por baixo na guarda fechada é controlar uma luta? Não sei dizer. Eu estava por cima e senti como se estivesse tentando abrir a guarda. Acabei raspado ao me arriscar enquanto tentava abri-la inclusive. Quando ele me raspou, no entanto, ele estava obviamente no controle da luta. A luta continuou e acho que raspei faltando um minuto, então talvez eu tenha controlado o último minuto e ele controlou o resto, do momento que ele raspou até eu raspar. Mas realmente eu só raspei e passei a guarda porque ele errou tentando passar a minha guarda, e ele errou de novo quando caiu por baixo. Eu também tinha errado antes quando ele me raspou, mas é assim que  funciona, sabe? Se eu não me arriscasse nem ele, se por exemplo eu ficasse simplesmente sentado na guarda fechada com as mãos no pescoço dele, ficaríamos sentados lá por dez minutos. Foi uma luta dura, ele é muito forte e está em ótima fase. Fiquei feliz pela chance de enfrentá-lo.

Você teve ótimos resultados como faixa-marrom, mas lutou pouco na faixa-preta. O título em Lisboa significa que Trans é agora um forte candidato na categoria?

Para mim, nada mudou. Vou continuar me concentrando em treinar duro todos os dias, e fazer o meu melhor sempre que eu lutar. Eu não tenho nenhuma expectativa. Só vou fazer o meu melhor, como sempre.

A final do pesadíssimo foi contra um dos lideres da CheckMat, Rodrigo Cavaca. Foi estranho para você lutar contra alguém do mesmo time?

Na verdade foi normal. Nós nunca treinamos juntos. Teria sido estranho se nós não lutássemos. Eu jamais lutaria com um amigo e parceiro de treino, mas para o bem do esporte, acho que as pessoas devem lutar quando for possível. Prefiro lutar com pessoas de outras equipes, mas por outro lado, é bom para a equipe CheckMat ter dois atletas fazendo a final, certo?

Na final contra Cavaca você também passou a guarda nos últimos segundos. É algo que você planejava ou simplesmente aconteceu?

Nada planejado. Eu estava tentando abrir a guarda, mas ele controlava a minha postura muito bem. Ele é muito forte, especialmente nas pernas, e muito flexível. E ele estava com uma boa estratégia, tentando me manter na guarda fechada dele e obter vantagens sem abrir as pernas. Na minha opinião o árbitro deveria até dar uma chamada no cara que está embaixo na guarda fechada às vezes, e não só no cara que está por cima sem passar. No fim, fiquei com dois pontos negativos e não entendi. Me disseram depois que um deles foi por amarrar a faixa quando fiquei sem kimono. No fim, tentei abrir a guarda e funcionou. Passei faltando cerca de um minuto, pressionei para chegar à meia-guarda e de lá consegui passar.

Qual é o próximo campeonato da sua agenda?

Vou lutar o Pan da IBJJF em março, e depois vou viajar para o Brasil para treinar e  lutar o Brasileiro. Isso vai fazer parte da minha preparação para o Mundial. Gostaria de agradecer aos meus patrocinadores Keiko, Knockoutsports.dk, e Copacabana Workout, minha equipe e minha família que me apoiam.

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