É como o fechamento do Canecão para os músicos, ou o bota-abaixo da casa de Machado de Assis, para os fãs do escritor. Mas é pior.
Cerca de dez anos após a morte do grande mestre que a liderou por décadas e décadas de glórias esportivas, a academia Carlson Gracie, no terceiro andar da rua Figueiredo Magalhães, número 414, está para fechar as portas. A escola fundada por Carlson ajudou a tirar centenas e centenas de moleques da pobreza e do mau caminho, em quatro décadas de existência.
A viúva do mestre, dona Marly Gracie, com problemas de saúde, não se sente mais em condições de administrar a academia, considerado um verdadeiro templo por muitos alunos e fãs de Carlson Gracie, falecido em 2006. Foi lá, por exemplo, que Rolls Gracie também ensinou seus alunos, antes de falecer em 1982.
Com o afastamento de dona Marly, o dono do espaço, que foi aluno e amigo de Carlson e mantinha o aluguel a 2 mil reais, cedeu às propostas de uma igreja, que promete pagar 7 mil reais mensais pelo uso do lugar.
“O Zé Paulo (dono do lugar) não conseguiu manter mais o preço que fazia para dona Marly, por consideração e amizade à família”, disse o professor Ari Galo, que ensinava pela manhã na academia. “Ele queria que continuássemos ensinando Jiu-Jitsu no lugar, mas o aluguel subiu demais. Se um empresário aparecesse com vontade de investir no espaço, a academia poderia até continuar”.
Por enquanto, o clima é de despedida. O último grande treino de despedida do clássico dojô que formou tantos campeões está marcado: 25 de agosto, às 19h.
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