Novo rei sul-americano de Jiu-Jitsu, ao fechar o absoluto com o amigo Dimitrius Souza (Alliance), o faixa-preta Renato Cardoso conquistou ainda o meio-pesado com um jogo eficiente e matador, durante o último Sul-Americano da IBJJF, no fim de semana passado.
Habilidoso usuário da guarda 50/50, o lutador da Alliance colecionou cinco finalizações em seis lutas no evento em Barueri, São Paulo, num festival de chaves de pé e de joelho. Em papo com GRACIEMAG, Renato explicou como finalizou Vinicius Marinho na semifinal do absoluto e deixou boas lições sobre Jiu-Jitsu.
GRACIEMAG: O que mudou no Renato Cardoso com essa sua ida para a equipe Alliance?
RENATO CARDOSO: O que modificou na minha ida para a Alliance é que estou sendo mais aluno do que professor. O Fabio Gurgel está corrigindo bastante meu jogo, e adaptando algumas coisas. Agora estou tentando ficar mais completo, treinando todos os tipos de jogo, desde a troca em pé até a meia-guarda. Tenho estudado mais ataques de costas e passagens de guarda para ficar com o jogo mais completo.
Você começou atrás em algumas lutas, e manteve a calma para virar e vencer…
Hoje tento lidar melhor com a adrenalina na hora de lutar. Só com calma e tranqulidade a gente consegue pôr em prática o que treinou. Sempre tento não sair atrás no placar, mas às vezes não dá certo. Eu estou sempre buscando a finalização, não importa se faltam dez minutos ou dez segundos. Meu desempenho não saiu da forma que eu queria, por sair atrás no placar em algumas lutas. Mas acredito que eu esteja mudando bastante graças aos treinos fortes, à preparação física, ao levantamento olímpico e à dieta acompanhada por uma nutricionista, coisa que eu nunca havia feito. Cercado dos melhores profissionais, acredito que em 2015 será meu ano, vai fazer a diferença.
Na semifinal do absoluto, você encarou o Vinicius Marinho (GFTeam). Como foi a batalha?
Vinicius Marinho é muito duro e conseguiu imprimir o ritmo no começo da luta, o que me deixou um pouco perdido. Mas mesmo ele passando minha guarda duas vezes, eu ainda tinha três minutos. Eu precisava fazer alguma coisa, pois queria muito esse título. Continuei lutando e finalizei na chave de pé. A maior lição é que não existe luta perdida até o tempo terminar. Fiz seis lutas no total e consegui finalizar cinco. E ainda fechei o absoluto com meu irmão e parceiro de treino Dimitrius Souza, que foi campeão no peso pesado.
Muita gente acha que a botinha não funciona na faixa-preta, mas você prova que a posição ainda é eficaz. Qual é sua opinião sobre esse jogo?
Até ser graduado faixa-preta, sempre me falavam que eu iria sofrer nas competições pelo meu jogo finalizador. Como meu estilo é esse, tive de treinar muito para deixar as posições fortes. Como uso elas desde quando eu era faixa-marrom, fui aprimorando para não perder as oportunidades, o que é bem mais difícil na faixa preta. Gosto muito do recurso, que eu também uso às vezes como forma de raspagem.
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