Se você pudesse escalar hoje a seleção brasileira de Jiu-Jitsu para lutar contra o resto do mundo e nos dar orgulho lá fora, que time de craques você escalaria, amigo leitor?
De acordo com o ranking mundial da IBJJF, que premia a constância dos resultados, hoje os 11 faixas-pretas brasileiros mais bem colocados seriam:
Marcus Buchecha com a camisa 1; André Galvão, Caio Terra, Paulo Miyao e Leandro Lo; João Miyao, Vitor Oliveira, Michael Langhi e Rafa Mendes; Yuri Simões e Lucas Lepri.
Ou seja, 11 cracaços, e ainda teríamos Rodolfo Vieira, Romulo Barral, Gui Mendes, João Gabriel e Bruno Malfacine, entre muitos outros, no banco, se fosse preciso. Que escrete!
Contudo, a seleção brasileira de Jiu-Jitsu não é apenas fruto de imaginação da equipe GRACIEMAG. Essa seleção existiu, e isso já tem 20 anos. Nossa equipe aproveita os dias que antecedem o Pan de Jiu-Jitsu para relembrar a história dessa “escalação” que teve uma eliminatória de pegar fogo, dentro de um colégio no Rio de Janeiro.
Foi em 1995 que surgiu a ideia de uma seleção de Jiu-Jitsu para atuar nos tatames estrangeiros. A proposta nasceu por conta da realização do primeiro Pan, em Irvine, na Califórnia. Os melhores lutadores do país, assim, iriam viajar para os EUA com tudo pago.
Quem relembra a saga é o professor Marcio Feitosa, da Gracie Barra:
“Decidiram organizar a seletiva no colégio Padre Antônio Vieira, no Humaitá, e o Carlinhos e o Royler organizaram as chaves e arbitraram, se não me engano. Houve uma disputa para azuis e roxas e outra para os faixas-marrons e preta. Um lance interessante é que grande parte da comunidade do Jiu-Jitsu de competição não acreditou que fosse rolar esse Pan nos EUA, e muito menos que grandes patrocinadores como a Petrobras iriam ajudar a bancar passagem para os vencedores. Mas um dia Mestre Carlinhos chegou na academia e falou: ‘Meus filhos, se preparem para a guerra que vai rolar campeonato e vai valer passagem!'”, relembra Marcio, que guardou a foto dessa seleção de faixas-pretas. “Isso deveria estar num museu do Jiu-Jitsu, é muita fera junta!”.
A primeira seleção brasileira faixa-preta de Jiu-Jitsu, muitos dos quais que acabaram brilhando no Pan de Irvine, foi então formada por campeões como:
Roberto Traven, Ryan Gracie, Leonardo Castello Branco, Daniel Gracie e Adilson Bitta; Marcio Feitosa, Rony Rústico e Rommel Cardozo; E, agachados, Marcello Tetel; Alexandre Soca, Paulo Sérgio, Helio Soneca e Vinicius Draculino.
Tinha pouca pressão esse time?
Campeão na ocasião na divisão azul e roxa, o hoje árbitro Alexandre Baraúna, da academia GFTeam, lembra que as eliminatórias já reuniram a elite do esporte na época. “Não podia lutar qualquer um, tinha de ter sido campeão brasileiro, vice brasileiro ou campeão estadual. Foi mais um grande trabalho desenvolvido pelo mestre Carlinhos e pelo Royler, máximo respeito. Lembro que graças a esse título, na divisão até 91kg roxa, eu pude ir aos EUA de avião pela primeira vez. Assim que cheguei à Disneilândia, a primeira coisa que fiz foi tirar uma foto dando um mata-leão no Mickey, eu estava emocionado”, conta o faixa-preta de 41 anos, graduado em 1999 em conjunto por Ricardo de la Riva e por Julio Cesar Pereira.
“Uma curiosidade é que este primeiro Pan de 1995 foi em Irvine. Começou pequeno, desacreditado pela comunidade do esporte, mas 20 anos depois ele cresceu, tornou-se gigante e tradicional e hoje é realizado pela IBJJF na mesma cidade californiana”, conclui Feitosa.
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Para saber mais sobre o Pan de Jiu-Jitsu de 2015, clique aqui.
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