O faixa-preta e GMI Rodrigo Totti, árbitro conceituado e experiente professor do bairro do Leme, no Rio de Janeiro, escuta de muitos amigos, alunos e treinadores uma série de perguntas técnicas relativas aos regulamentos do esporte.
A pedido de GRACIEMAG, em edição recente da sua revista de Jiu-Jitsu predileta, Totti esclareceu as cinco questões mais frequentes que ele ouve como “homem de preto”, ao mediar lutas em eventos como o Mundial da IBJJF. Leia e deixe sua dúvida também!
1. “Para ganhar vantagem na meia-guarda, é preciso abraçar a cabeça?”
– Não, não há a necessidade de abraçar a cabeça para conquistar a vantagem. O árbitro concede a vantagem assim que o atleta ganha o domínio da posição. O mais comum realmente é ganhar a meia-guarda abraçando a cabeça, mas existem também outras formas de controle por cima da meia-guarda sem a necessidade de abraçar a cabeça do adversário.
2. “O lutador que faz guarda aberta pode ser punido por amarração?”
– Sim. A falta de combatividade se configura quando um atleta claramente não busca evoluir suas posições dentro da luta, e também impede que o adversário o faça. É possível sim, portanto, que o atleta esteja fazendo guarda aberta mas ainda assim impeça, com as pegadas e uma postura excessivamente defensiva, que o adversário não progrida na luta.
3. “Toda defesa de finalização gera uma vantagem para o atacante?”
– Não necessariamente. O atleta terá uma vantagem assinalada quando aplicar uma tentativa de finalização que venha de fato a expor o adversário ao perigo real de desistência, ou seja, quando quase finalizar.
4. “O atleta que raspa ou derruba mas cai fora da área de luta deve receber os dois pontos sempre?”
– Não. O fato de a técnica ter “começado dentro da área de luta” não garante os pontos. Para pontuar com raspagem ou queda, é necessária a estabilização da posição por três segundos. Logo, quando a conclusão do movimento se dá fora da área de luta, não há como iniciar esta contagem de tempo. É preciso parar a luta e voltar no meio, com os dois atletas de pé.
5. “Quando a luta empata, vence quem pontuou por último?”
– Não. Sempre que há um empate, fica aquela expectativa em cima do árbitro. Muitos torcedores discutem que deveria vencer “quem terminou por cima”, ou “quem puxou por último para a guarda” ou, muito comum, ”quem pontuou por último ou fez a última vantagem”. Nada disso é decisivo. Para determinar o vencedor, o árbitro deve observar qual dos dois atletas foi mais ofensivo durante a luta toda, e quem chegou mais perto de conseguir posições passíveis de pontuação ou finalização.
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