Marcio Cruz, o Pé de Pano, de 38 anos, voltou para sua academia nos EUA cheio de histórias para contar após a vitória no WPJJC 2016 em Abu Dhabi, no dia 21 de abril. O ex-lutador do UFC e bicampeão mundial absoluto (2002/03) foi convidado para uma superluta de dez minutos com o velho conhecido Rodrigo “Comprido” Medeiros, batalha vencida no finzinho com uma das velhas manobras que consagraram Pé de Pano.
O professor carioca hoje radicado em Lutz, na Flórida, analisou a raspagem que usou para virar a luta contra Comprido, e comentou sobre o que mais gostou (e o que não gostou) no evento – Marcio, como muitos mestres da antiga, crê que luta de Jiu-Jitsu deve se manter com os dez minutos regulamentares. Como o grande mestre faixa-vermelha Carlos Gracie pregava, “é quando os lutadores cansam que a luta de Jiu-Jitsu começa”. Para muitos professores, como Pé de Pano, a luta curta favorece o uso da força e não do preparo e da técnica.
Confira o que mais Pé contou, no bate-papo a seguir.
GRACIEMAG: O Pé de Pano jamais vai se aposentar?
MARCIO PÉ DE PANO: Eu tento mas eles não deixam, né?
Qual é a sua análise da luta com o Comprido? Foi o terceiro confronto entre vocês, certo?
Isso, nós lutamos duas vezes antes dessa. Acho que dessa vez ele se defendeu bem no começo da luta. Mas eu sabia que, para se defender, ele precisaria gastar muita energia. Então minha tática era manter o ritmo e esperar a oportunidade, o que aconteceu.
E ele vencia na vantagem até você pontuar e vencer por 2 a 0. Você fez alguma coisa diferente ali ao raspar?
Não, é como eu disse, eu tinha uma estratégia de manter um ritmo na luta e sabia que para ele tentar matar meu jogo teria de gastar muita energia. Conforme ele foi cansando, eu fui trazendo a luta para o meu lado. No último minuto, tentei raspar o Comprido para um lado e ele defendeu bem. Foi então que eu inverti o lado e consegui a raspagem, e a vitória.
Gostou das lutas a que assistiu lá em Abu Dhabi? Você que é fã do Leandro Lo e de outros jovens craques…
Não gosto muito de lutas de seis minutos para faixas-pretas, conforme diz a regra do evento. Mas algumas lutas foram legais, sim. A que eu mais gostei foi mesmo a superluta entre o Alexandre Soca e o Robinho Moura, onde o Soca virou no finzinho.
Tem alguma competição em vista agora? O Mundial na Califórnia em junho, talvez?
Não, difícil. Na verdade eu nem estava pensando em competir, mas como veio o convite do pessoal em Abu Dhabi acabei aceitando feliz. Agora é descansar e curtir a família.
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