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“Na pressão das competições de Jiu-Jitsu, descobrimos o melhor em nós”

Flavio Almeida, o Cachorrinho, com as pegadas em dia. Foto: John Cooper/2010.

Flavio Almeida, o Cachorrinho, armando as pegadas. Foto: John Cooper

Depois de ficar dois anos sem competir, Flávio “Cachorrinho” Almeida, professor e um dos cabeças da Gracie Barra, optou por se testar novamente, no Las Vegas Open de 2013, no estado de Nevada.

Professor que leva a vida como um executivo da Gracie Barra, ele reservou um tempo para um bate-papo com GRACIEMAG. Na conversa, falou sobre os treinos, os conselhos de Carlinhos Gracie, evolução técnica do Jiu-Jitsu e distribuiu lições instrutivas.

GRACIEMAG: Como conciliar as viagens e atividades na Gracie Barra com os treinos para o Las Vegas Open?

FLÁVIO CACHORRINHO: Estou sem lutar há dois anos, então tenho muito a fazer para chegar na ponta dos cascos. Porém, estou confiante. É sempre um desafio encontrar tempo para os treinos. Mas com um bom planejamento, organização e foco no que é mais importante, é possível combinar legal.

De que forma voltar a competir estimula você?

Mestre Carlinhos está sempre nos estimulando a estar em forma e nos mantermos conectado com o Jiu-Jitsu esportivo. Acho que na visão dele isso é muito importante para continuarmos conduzindo o trabalho de expansão da GB com equilíbrio e sabedoria. A competição me deixa mais em forma e mais atento aos detalhes e desenvolvimento do Jiu-Jitsu e isso melhora muito meu desempenho como executivo da Gracie Barra.

Você está há dois anos afastado das competições. Como pretende dosar os dez minutos de luta, na divisão dos pesados?

Não vai ser mole, não [risos]! Mas estou rendendo bem nos treinos e apesar de não ter mais a disposição dos 20 anos, tenho a experiência dos 30. Vou com essa garra defender minha bandeira. Isso me dá uma motivação enorme.

O que mais você tira de proveito durante um campeonato de Jiu-Jitsu?

Foco sempre naquilo que posso controlar. Não estou indo para matar ou morrer, e sim para mais uma vez participar dessa festa linda que são as competições de Jiu-Jitsu, e de quebra me testar contra oponentes de alto nível. Na pressão das competições, muitas vezes descobrimos o melhor em nós mesmos e saímos fortalecidos, independentemente do resultado. O objetivo sempre é vencer, mas devemos estar cientes da possibilidade da derrota. É preciso enxergar na competição uma experiência única de aprendizado e uma atitude mental positiva, e isso geralmente melhora o desempenho.

O Jiu-Jitsu de dez anos atrás mudou em relação ao atual, em termos de competição?

Cara, mudou muito. A guarda hoje em dia é outra, principalmente dos atletas mais leves. É impressionante o que a guarda 50/50 e o berimbolo fizeram com o jogo de pano no chão. O Jiu-Jitsu de hoje é mais complexo do que nunca, e quem não estiver estudando vai ficar para trás. O legal é que até hoje não vi nenhuma posição mirabolante a ponto de, após alguns dias estudando, não conseguir entender sua lógica. Isso mostra que o que mudou mesmo foi a velocidade da inovação técnica. Outra coisa é a forma física dos atletas. Essa galera está treinando como atletas profissionais. Por isso prefiro mesmo é lutar no master [risos].

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