O faixa-preta Marcelino Freitas, da Nova União, venceu o peso leve no Melbourne Open de Jiu-Jitsu, no último sábado. Há quatro anos morando na Austrália, Marcelino conquistou o lugar mais alto do pódio no quintal de sua nova casa.
Na divisão dos leves, o carioca só teve um embate contra Lucas Santana (Legacy) e o finalizou com um justo armlock. O que ele aprendeu com o ouro da IBJJF? GRACIEMAG foi descobrir. Confira!
GRACIEMAG: Qual foi a maior dificuldade para vencer Melbourne Open da IBJJF?
MARCELINO FREITAS: Foi até legal, por que foi a primeira vez em Melbourne. Eu já tinha lutado em Sydney, mas nunca em Melbourne. Desde que eu cheguei na Austrália, em 2010, tive muitas lesões graves nos joelhos e ombros, e ao mesmo tempo sempre foquei na evolução dos meus alunos. Eu não sou um cara egoísta, pois agora eu sou o Marcelino professor e isso faz com que eu foque mais neste lado. É um pouco complicado, mas quando posso eu tento lutar algumas competições para mostrar um pouco da minha experiência para os meus alunos. O que me deixa mais feliz não é a medalha que eu ganhei e sim ver uma conquista dos meus alunos. Estou feliz com a conquista, é sempre bom estar no alto do pódio e fico com confiança para seguir em frente. A competição te ajuda a consertar erros que você comete, mas agora é passado e vamos pensar na próxima.
Você foi campeão no peso leve ao finalizar Lucas Santana (Legacy) no armlock. Como você fez para esticar o braço de Lucas?
Na verdade, a primeira finalização que eu tentei foi uma mão de vaca que eu sempre faço, mas ele defendeu virando de lado. Com isso, eu fui para o pescoço, mas não estava muito justo, então quando ele tentou sair eu peguei no braço. O detalhe foi deixar o dedão dele sempre apontado para alto, para dar mais pressão no arrocho.
Costuma fazer algo diferente no dia anterior ao torneio?
Gosto de me distrair fazendo coisas normais do dia a dia, como uma caminhada na praia, ver um filme ou até mesmo jogar um vídeo game [risos]. O trabalho que tinha que ser feito foi feito. Não é bom ficar com aquela pressão pensando a cada minuto na competição e no cara que você vá enfrentar. O meu diferencial é sempre o mesmo, ser confiante e não se intimidar com quem está do outro lado, mas sempre respeitando o adversário e acreditando no seu Jiu-Jitsu e foi isso que fiz.
Qual dica você deixa para nosso leitor evoluirem nos treinos de Jiu-Jitsu?
Gosto de jogar por baixo, por cima e de dar umas quedas. É o que eu faço quando treino. Tem que passar por todas as situações, pois para mim, treino não é igual competição em que erros não são permitidos, treino é onde você ajusta o seu jogo para evoluir. Faço treinos específicos, repetições, circuitos de posições e sempre procuro estar atualizado. O Jiu-Jitsu não para de evoluir é isso que faz a gente amar cada vez mais esse estilo de vida.
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