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“Malabarista” Bráulio Estima dá uma dica e tanto para você progredir no Jiu-Jitsu

Bráulio levou constante ameaça a Ronaldo Jacaré na superluta do ADCC 2011, na Inglaterra. Foto: Arquivo GRACIEMAG

A guarda de Bráulio levou constante ameaça a Ronaldo Jacaré na superluta do ADCC 2011, na Inglaterra. Foto: Arquivos GRACIEMAG

Atual supercampeão do ADCC, Bráulio Estima é um dos personagens principais da GRACIEMAG que está reluzindo nas bancas, livrarias e academias do Brasil e do mundo. Além das fotos mais bonitas do Jiu-Jitsu, a edição 184 traz como destaque um instrutivo Dossiê do Triângulo, para você lapidar de vez esse golpe. Não perca tempo e garanta a sua. (Clique aqui.)

O professor da Gracie Barra foi também responsável pelos melhores comentários do último Mundial de Jiu-Jitsu, durante a transmissão ao vivo da Budo Videos. Entre uma explicação e outra do que se passava durante as lutas dos faixas-pretas, o “Carcará” soltou o ensinamento: “Ser um lutador de Jiu-Jitsu é como ser um baterista. Para você ser realmente habilidoso, é preciso muitas horas de dedicação e treinar todo dia, tamanha a quantidade de variações e detalhes técnicos”.

Batemos um papo rápido com Bráulio sobre guarda, o Mundial 2012, Rodolfo Vieira e sua estreia no MMA, além de música e malabarismo. Entenda a seguir.

Quantas horas de Jiu-Jitsu (ou anos) o praticante deve acumular para ficar bom?

Olha, existem atletas que têm uma facilidade maior de assimilar posições ou se adaptar a situações, e por isso é complicado falar de uma forma geral. Tudo depende da qualidade do treinamento nas horas utilizadas, também. O certo é que não se pode fugir das repetições e dos treinos específicos para que as posições saiam perfeitas e no tempo certo. Centenas de repetições, milhares, quanto mais melhor. Para responder a pergunta, acredito que sete anos bem utilizados é um tempo ideal para você ficar bom (na minha concepção de bom, claro).

Qual é o seu método de treino para progredir na arte suave?

Uma forma de medida que gosto de ter é quanto de controle do oponente eu consigo manter ao mesmo tempo em que executo uma transição de um golpe para outro, qualquer transição … Por exemplo, tento avançar com o meu jogo anulando tudo que meu oponente pode me oferecer em termos de perigo. E vou dando vários passos à frente dele enquanto vou cancelando todos os riscos que ele pode me oferecer. Esse é o meu objetivo no treino hoje.

Você comparou luta e música. O Jiu-Jitsu então deve ser encarado como arte? Como fazer o aluno entender isso?

Gosto muito de comparar a evolução do praticante no Jiu-Jitsu com o malabarismo. É impossível você começar com cinco pinos. Primeiro se começa com dois, três, e assim por diante. Por exemplo, visualize o cem-quilos. Cada ponto de referência é um pino: o quadril, o pescoço, o cotovelo etc. Quanto mais “pinos” você conseguir manter sob controle, ao mesmo tempo em que você se move e avança até o objetivo final, melhor malabarista/lutador você é.

Você falou em sete anos. Não é tanto tempo assim, mas muita gente desiste ao longo do caminho. Qual foi seu macete?

Eu sempre tento fazer o meu treino interessante. Sou um descobridor por natureza, gosto muito de tentar coisas novas e buscar as variações. Assim aquela sede de ir para a academia nunca acaba. Até hoje sinto aquele friozinho na barriga antes de ir treinar, só pelo fato de que não vejo a hora de tentar isso ou aquilo. Com isso, sua trajetória passa a ser mais produtiva e não fica chato nunca. Tente sempre executar coisas novas, assim você dá mais intensidade ao treino.

O que é buscar variações no seu treino, exatamente?

Meu macete é buscar identificar as partes chaves de cada posição, e aí aplicá-las em situações semelhantes ou até mesmo distintas. Assim novas posições aparecem o tempo todo, ao mesmo tempo em que as posições que uso sempre vão ficando melhores ainda. Descobri que existe uma semelhança no conceito das posições, na forma de pensar durante a execução dos movimentos, e achar esses pontos comuns é achar os atalhos. Essa foi muito filosófica, talvez? (Risos) Mas é assim mesmo, meio maluco o processo.

No Twitter @graciemag_br, perguntamos se o povo preferia ter sua guarda ou a passagem de Rodolfo Vieira, se pudessem escolher. Quando vocês vão lutar de novo?

Eu gosto muito do jeito que eu luto, e admiro bastante a forma com que o Rodolfo passa a guarda, o cara é fenomenal. Gostaria muito de adicionar ao meu arsenal umas passagens dele, e umas posições por baixo também. Mas se tivesse de escolher, eu ficaria com minha guarda mesmo, pois gosto do fato de oferecer constante perigo de finalização por baixo também. Uma nova luta entre nós seria demais. Só lutamos uma vez, em Abu Dhabi. Rodolfo luta pra frente sempre, tem uma pressão de tirar o fôlego. Minha guarda por outro lado é bem ativa e perigosa. Ano que vem, eu pretendo lutar tudo no Jiu-Jitsu, de Abu Dhabi à Califórnia, e talvez o Europeu, então a gente deve se encontrar. Ele merece tudo o que conquistou, é muito gente fina e humilde.

Alguma novidade sobre sua estreia no MMA?

Breve breve. Vou treinar na equipe Blackzilians de julho até o dia da minha estreia, que provavelmente será em agosto. Está duro achar um oponente pra mim, mas desta vez vai, caso contrário deixo para lá e foco apenas no Jiu-Jitsu e ADCC mesmo.

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