O hexa Mundial por equipes foi ótimo, mas Fabio Gurgel, um dos líderes da Alliance, tem muito mais a comemorar. Nesta temporada, a “Águia” venceu no adulto os quatro principais torneios. Além do Mundial, os troféus do Pan, Europeu e Brasileiro foram conquistados. A alegria é tanta, que Gurgel atendeu a equipe do GRACIEMAG.com mesmo preso no estressante trânsito de São Paulo.
Confira esse bate-papo logo abaixo:
O que representa essas quatro conquistas por equipe?
Conquistamos um objetivo. Além do hexa, o bi mundial no feminino e completamos o grand slam que havia escapado no ano passado. Vencemos os quatro principais campeonatos do ano. É motivador para continuar o trabalho, alcançar os resultados é sempre motivador.
Dos seis títulos mundiais, algum foi especial?
O de 2008, quando reconquistamos o título após um longo período de jejum. Esse foi bem especial. Agora viemos na continuidade, mas todos os títulos são muito importantes. Neste, por exemplo, vencemos também no feminino. Não dá para dizer se um é mais importante que o outro.
Qual a importância da sua ida para São Paulo e da globalização do Jiu-Jitsu no processo vitorioso da Alliance?
A minha vinda para São Paulo teve, de fato, a ideia de expandir o nosso trabalho, mas ainda não existia nem o Mundial, então não tínhamos tanto essa percepção. Acho que da mesma forma que eu ajudei o Jiu-Jitsu de São Paulo, essa cidade também me ajudou muito em termos de organização e material humano. Hoje, São Paulo é a capital do Brasil no Jiu-Jitsu. Mas a ida do Jacaré para os Estados Unidos também teve grande importância. Veja que atualmente temos braços lá, na Europa e em muitos outros lugares. Medalhamos no Mundial com alunos do Bahrain, da Finlândia, dos EUA… O Brasil ainda é o principal pontuador. Mas se amanhã os Estados Unidos passarem o Brasil no Jiu-Jitsu, o que eu não acho impossível, ainda estaremos fortes.
Nesse processo de crescimento também houve rupturas no time…
Olhar para trás é sempre fácil. A posição em que estamos hoje deixa todos que fazem parte disso muito orgulhosos. Tivemos a capacidade de refazer a equipe e não cometer os mesmos erros do passado. Agora direcionamos a equipe de forma mais cuidadosa e profissional. No fim, tudo foi positivo para o nosso aprendizado. Talvez, se não tivéssemos passado por tudo isso, não daríamos tanto valor. Hoje não temos preocupação só com os resultados, apesar de não relaxarmos nisso de forma nenhuma. O Jiu-Jitsu está engatinhando como negócio e, junto com a Confederação Brasileira e com os meios de comunicação, trabalhamos em prol do esporte.
Em tantos anos no Jiu-Jitsu, como analisa a evolução do esporte?
A evolução técnica é constante, quase diária, e isso é maravilhoso. O cara que parou dois anos hoje encontra um esporte completamente diferente. Temos que nos atualizar, viver o dia-a-dia no tatame, e isso nos deixa mais jovens, porque temos que estar sempre aprendendo. Para mim a arbitragem é o único ponto fraco. Teremos uma reformulação de regras agora, vamos ver… Apenas acho que a IBJJF avança em termos de organização e os lutadores tecnicamente muito mais que a arbitragem. Mas tenho certeza de que vamos chegar lá!
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