Gordinho na infância e “sem jeito nenhum para o Jiu-Jitsu”, Felipe “Preguiça” Pena (Gracie Barra) provou para ele mesmo que estava errado. Campeão mundial absoluto na faixa-roxa e vice-campeão absoluto na marrom, o mineiro já mostrava que iria ser uma pedra no sapato na faixa escura.
No último fim de semana em Long Beach, na Califórnia, Felipe lutou seu primeiro Mundial da IBJJF na faixa-preta e já saiu com ouro, ao bater o astro André Galvão na final dos pesados por 6 a 4, com um festival de raspagens e bons ataques no pé.
O que o novo fenômeno do Jiu-Jitsu aprendeu com o título Mundial? GRACIEMAG foi descobrir.
GRACIEMAG: Felipe, o que fez diferença na sua conquista do Mundial?
FELIPE PREGUIÇA: Estava completo, joguei por cima e por baixo, estava muito confiante aonde caísse. Apenas acreditei e deu tudo certo. Foi meu primeiro mundial na faixa-preta então não tinha como ser melhor. Na categoria pesado fiz cinco lutas e finalizei todas, menos a final contra o André Galvão. Eu ia de meio-pesado, mas já tinha o Rominho Barral e o Bráulio Estima, então decidi me arriscar nos pesados e me senti muito bem, acho que vou ficar nessa categoria. Não quero ter que ficar perdendo peso, por isso vou lutar sempre na categoria que estiver. Quero um dia chegar ao superpesado para ficar mais forte no absoluto.
Você jogou aberto no Mundial, por cima e por baixo. O feijão com arroz foi o segredo?
O Jiu-Jitsu básico sem duvida alguma é o mais importante, mas também acho importante acompanhar o desenvolvimento do esporte. Gosto muito do Jiu-Jitsu moderno e essas posições diferentes. Coloquei na minha cabeça que ia ser campeão. Não importa o que o seu oponente já conquistou ou quantas vezes ele é campeão mundial, ali na hora é só você e ele, vai ganhar quem lutar melhor naquele dia.
Na sua visão, como foi a luta contra o André Galvão? Você recebeu alguma dica do Barral?
O Rominho me passa muita confiança. Eu sempre pergunto para ele sobre o que devo fazer nas lutas e ele sempre fala a mesma coisa: “Veio, faz qualquer coisa. Você está bem em qualquer lugar, você vai ser campeão” [risos]. Acho que surpreendi o ginásio todo, quem me conhecia sabia que podia ser campeão, mas a maioria do ginásio já esperava o André campeão. Foi uma honra lutar com ele, sempre fui fã do Jiu-Jitsu dele e lutar com ele uma final de Mundial é incrível. Foi uma luta muito movimentada e bonita, sem amarração e acho que era isso que todos queriam ver. No fim do combate foi uma embolação danada [risos]. Galvão me quedou, mas já cai entrando para debaixo dele e indo no pé. Eu precisava raspar para ganhar, então consegui subir no final e fazer os dois pontos.
Que lição ficou após o ouro mundial, Preguiça?
Quando fui campeão passou um filme na minha cabeça, em tudo que já passei para chegar ali. Eu era gordinho e preguiçoso, não levava jeito nenhum para Jiu-Jitsu, e aquele dia tinha acabado de ser o melhor do mundo. Se eu estava ali foi por que nunca deixei de acreditar. É tudo uma questão se você está disposto a pagar o preço. Agora vou descansar um pouco, focar em seminários e na minha academia. Mês que vem já começo a treinar forte para a Copa Pódio, em setembro. Interessados em seminários comigo, é só me procurar no Facebook.
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