Aos 46 anos de idade, o professor Fabricio “Bicudo” Medeiros segue com a missão de propagar o Jiu-Jitsu nos Estados Unidos. Na terra do Tio Sam desde 2016, o faixa-preta tem implementado o esporte como ferramenta de desenvolvimento pessoal para crianças, adultos e até os mais velhos que desejam melhorar a parte física, mental e, claro, aprender as técnicas que fazem parte da modalidade.
“O Jiu-Jitsu tem um grande poder de desenvolvimento pessoal. O praticante torna-se um ser humano melhor a cada aula, a cada desafio superado e isso reflete na sociedade, de modo geral”, explica o popular Bicudo, faixa-preta desde 2001, antes de comentar como ele lida com o Jiu-Jitsu na RT Martial Arts academy, sua academia na Flórida, nos Estados Unidos.
“Nossa academia tem o objetivo de oferecer o melhor ensino e proporcionar a melhor experiência para nossos alunos. Na minha academia, a atmosfera é de família e o aluno novo que chega aqui sente-se acolhido. É muito mais que aprender uma arte marcial, é estar em um ambiente legal, fazer amigos e participar de uma comunidade. Eu tento fazer das minhas aulas um lance de família. Nos fins de semana, também estou com meus alunos, sempre tem um churrasco brasileiro ou inventamos alguma coisa. Para mim, o Jiu-Jitsu é isso. Além dos nossos treinos, criamos uma conexão entre professor, aluno e família. Eu chamo isso de inclusão, todos são importantes dentro do nosso dojô.”
Praticante de Jiu-Jitsu desde 1986, Fabrício deu seus primeiros passos no esporte como criança, passando por todas as etapas até ser graduado como faixa-preta em 2001, pela academia Carlson Gracie, uma das mais tradicionais escolas do Rio de Janeiro. Hoje, depois de 35 anos dedicados ao esporte, ele consegue proporcionar qualidade de vida para sua família.
“Eu treinei e fui professor de Jiu-Jitsu boa parte da minha vida em Niterói, lugar onde nasci, mas fui criado em São Gonçalo mesmo. Ver aonde eu cheguei é muito gratificante, para mim, porque vejo que todo meu esforço valeu a pena. Abdiquei de muitas coisas, fiquei longe da minha família diversas vezes, algo que era difícil, mas hoje vejo que tudo fez parte do processo para chegar até aqui. Moro aqui, nos Estados Unidos, com meu filho Yuri e fico bem feliz pela educação que ele tem aqui. É incrível ver o inglês dele evoluindo até o ponto dele me corrigir algumas vezes (risos). É tudo bem gratificante, mas ainda sinto falta de não ter meu filho Yan e outros familiares, que estão no Brasil. Mas vamos estar juntos em breve”, projeta o professor.
Campeão brasileiro, mundial e pan-americano sem kimono master da International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF), Fabrício é um assíduo competidor desde os 10 anos de idade. Sua experiência reflete em sua forma de ensinar, como ele mesmo diz, a seguir:
“Com toda a experiência que eu tenho, eu passo para os meus alunos que o Jiu-Jitsu não é um esporte individual, mas sim coletivo. Você entra no tatame das competições sozinho, mas sem os seus amigos você não treina. Algo que eu sempre digo nas aulas é: ‘você não é a pessoa mais importante dentro do tatame, o seu parceiro de treino que é. Sem ele você não treina, não desenvolve sua técnica, seu jogo, você não rola, não faz seu drill. Então você também tem que ajudar o seu parceiro a se desenvolver e crescer’. Quando se cria essa atmosfera de equipe, de união, de querer ver o outro crescer, isso é bom para todos. Eu, diariamente, passo lições aos meus alunos. Essa é uma das lições mais valiosas, tem que ter esse espírito de família”, ensina o craque, que é faixa-preta de Renato Tavares.
Fabrício deve voltar a lutar em março no Miami Open da IBJJF, ainda sem data oficial para acontecer.
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