Faltavam 15 minutos para as oito da noite, no Rio de Janeiro, e a equipe do GRACIEMAG.com quase não conseguia sair do Club Municipal, sede do Rio Fall Open de Jiu-Jitsu. Não tanto pelas lutas, que àquela altura já estavam por terminar, e sim por culpa de uma enorme fila de senhorinhas e senhorzinhos que dominava toda a calçada diante do clube. Era dia de baile flash-back na Tijuca e os casais enxutos e animadinhos queriam farra.
Dentro do ginásio, outros coroas sacudiam o esqueleto, sem banda das antigas nem DJ. Casos dos faixas-pretas Adimilson Brites, o Juquinha, Alexandre Baraúna, Raphael Abi-Rihan, Arthur Gogó, Guilherme Goraib e outros lutadores masters que saíram do primeiro dia do evento da IBJJF com suas medalhas douradas.
Antes deles, os novinhos também haviam feito bonito na faixa-preta. Os últimos a deixar o salão foram os jovens Erberth Santos e Dimitrius Souza, os finalistas do absoluto. Dimitrius despachara o paraibano William Martins (Gracie Barra) com um estrangulamento pelas costas, na semifinal, enquanto Erberth finalizou Alan Regis na mão de vaca, após abrir 16 a 0 numa exibição de impressionar.
Na grande final, os dois faixas-pretas se engalfinharam numa espécie de break esquisito, em que ambos alternavam raspagens da guarda 50/50, até o placar chegar a 10 a 10 e o tempo (de dez minutos) se esgotar. Era muito 10, mas não foi essa a nota que Dimitri, perdedor na decisão, se daria: “Luta feia de se ver, né?”, disse o professor da Alliance ao repórter, sincero.
Um árbitro atento à luta explicou a decisão (justa) em favor de Erberth: “A partir da troca de raspagens, a luta foi idêntica, podia ir para qualquer um dos atletas. Mas o Erberth começou melhor e quase fez uma vantagem no início, ao atacar e quase passar”.
O campeão da escola Guigo Jiu-Jitsu, que mais cedo já ficara com a medalha de ouro no superpesado, detalhou sua tática: “Eu tentei no início ir com tudo para cima, já imaginando que ele com isso seria obrigado a me botar na guarda 50/50 para não ter a guarda passada. Era meu objetivo, pois tenho uma posição forte de pegar as costas a partir dali, mas o Dimitri estava esperto, tínhamos lutado uma vez antes”, comentou Erberth.
“Ficamos ali trocando posições até que no fim eu dei um arrocho no pé dele. Fico feliz de ter vencido, somos de São Paulo, da mesma área mas não tem rivalidade, sou fã dele que já venceu muitos faixas-pretas bons. Estou apenas chegando agora, foi o meu primeiro ouro no peso e no absoluto em um torneio da IBJJF”, disse o superpesado, cuja missão não terminou ainda: amanhã tem o Rio Fall Open sem kimono, e ele quer mais.
Por equipes, a GFTeam terminou o sábado em primeiro lugar, seguida da Checkmat em segundo e da Gracie Barra em terceiro.
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