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Em recuperação, Duzão Lopes fala do foco para voltar a competir: “Atropelar todo mundo”

Duzão Lopes com sua pressão no Rio Fall Open 2019. Foto: Carlos Arthur Jr.

Competidor de alto desempenho desde os primeiros passos no judô, Duzão Lopes migrou com primazia para o Jiu-Jitsu, conquistou títulos mundiais nas faixa-coloridas e agora brilha na faixa-preta, mas um contratempo tirou o craque da Guigo Jiu-Jitsu dos tatames momentaneamente.

Com uma lesão no tendão peitoral, Duzão teve que se afastar dos treinos. Se isso abalou a fera? Pelo contrário. a Vontade agora é de recuperar o tempo perdido.

“Eu vejo as competições, o pessoal medalhando, e penso que poderia ser eu naquele lugar”, disse Duzão. “Eu já lutava todo final de semana, praticamente. Agora quero voltar mais ativo ainda para compensar, sem escolher o campeonato, como muita gente faz. Quero lutar tudo. Posso até perder alguns títulos, mas minha intenção na volta é atropelar tudo e todos.”

Confira os detalhes da recuperação e a motivação de Duzão para voltar ainda melhor na nossa entrevista.

GRACIEMAG: A sua lesão foi um pouco complicada. Como aconteceu?

DUZÃO LOPES: Foi na preparação física. Já tinha me aquecido, estava com o corpo pronto. O treino era de explosão, com foco no músculo peitoral. Estava em repetições com 110kg sem dificuldade. Quando subi para 150kg eu fiz duas séries, na terceira quando eu subi o peso tive um rompimento do tendão do peitoral maior. Fui ao médico na mesma semana e ele explicou a gravidade da lesão. Antes de duas semanas já estava na mesa de cirurgia. O problema é que após o processo eu tive uma infecção e isso me custou mais oito dias internado.

E a recuperação é demorada? Como você planejou esse tempo longe dos treinos?

Nunca tinha ficado sem treinar tanto tempo. As lesões que eu tenho sempre são leves, então trato elas com menos intensidade nos treinos. Sempre me recuperei bem. Já fiquei parado por conta de uma lesão na lombar, mas por apenas três dias. Estou aprendendo a lidar com a distância dos treinos com esse contratempo de agora.

Além da cirurgia você teve um pós-operatório difícil. Te desmotivou de alguma forma?

A infecção atrapalhou muito, meu ombro doía a qualquer movimento. Então o que me motivou a me recuperar e não me deixou ter muito tempo para pensar na distância dos treinos foi a minha família. Tenho esposa e três filhos pequenos, e eles ocuparam esta lacuna da ausência da academia de uma forma espetacular. Assisto muito desenhos com eles, gosto de anime principalmente, como Naruto, por exemplo, e isso me mantém são. Cuidar deles me afastou de qualquer tipo de depressão. Assim que fui liberado voltei a dar aulas logo em seguida, de judô para o Jiu-Jitsu e sem kimono. Pouca movimentação, mas estar no tatame para ensinar ajudou muito também. Operei no dia 10 de setembro e voltei a dar aulas em 2 de outubro, isso contribuiu demais.

Mesmo com esse problema no percurso, quando teremos você de volta às competições?

Os médicos disseram que eu posso voltar com tudo em abril, mas meu fisioterapeuta Rafael Pereira, está animado e com previsões mais otimistas, para fevereiro, talvez. Tendo todo este suporte da On Body Evolution, clínica tocada pela Salete Coelho, devo voltar a treinar de kimono em duas semanas, ou menos. Meu hábito é de dois ou três treinos por dia, mais preparação física. Agora só estou me movimentando com a fisioterapia. Ficar dois meses parado é capaz de enlouquecer o atleta, caso ele não se alinhe com a mente e corpo. Tento evitar fazer contas ou projetar os dias de previsão pára o retorno. Disciplina e paciência são a receita certa.

E para o retorno? Podemos esperar um Duzão ainda mais faminto por títulos?

Eu vejo as competições, o pessoal medalhando, e penso que poderia ser eu naquele lugar. Eu já lutava todo final de semana, praticamente. Agora quero voltar mais ativo ainda para compensar, sem escolher o campeonato, como muita gente faz. Quero lutar tudo. Inclusive tenho planos pra baixar de peso e girar por volta de 130 para chegar em 120 e lutar na AJP também, com a ajuda do meu médico, o Antonio Assef. Outra coisa que eu quero é não fechar mais evento nenhum. Vi uma entrevista do Giannis Antetokounmpo, da NBA, no qual ele disse que evita cultivar amizades dentro da quadra, para que assim ele possa dar 100% sempre. Posso até perder alguns títulos, mas minha intenção na volta é atropelar tudo e todos.

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